Privatização dos CTT é "escandalosa" e vai acentuar assimetrias sociais e regionais - PCP
Lisboa, 04 mai (Lusa) - O secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, classificou hoje de "escandalosa" uma eventual privatização dos CTT, afirmando que irá acentuar as "assimetrias sociais e regionais".
"É uma situação escandalosa. Uma empresa que constitui um monopólio natural em que o Estado tem responsabilidades próprias, não só com os trabalhadores, mas com a população em geral", disse o líder do PCP.
Jerónimo de Sousa falava à porta dos CTT dos Restauradores, em Lisboa, onde esteve hoje de manhã a distribuir folhetos contra a privatização dos Correios.
Para o secretário geral do PCP, a venda dos CTT a investidores privados significaria "o abandono de muitas populações do interior e a redução drástica de postos de trabalho".
Sublinhando que se trata de uma empresa "que dá lucro", Jerónimo de Sousa disse que a privatização irá acentuar "as assimetrias não só sociais como também regionais".
"É de facto o exemplo gritante daquilo que o Governo pretende fazer de uma empresa estável, que dá lucro, que serve as populações e, naturalmente os trabalhadores", afirmou.
"É inaceitável a tentativa do Governo para privatizar os CTT", concluiu.
Questionado sobre a segunda semana de greve que os carteiros dos CTT iniciam hoje, o secretário geral dos CTT considerou que é justa.
"Começa a fazer-se ensaios de excluir trabalhadores, neste caso carteiros, por trabalhadores com vínculos precários em condições muito difíceis, sem direitos, com salários baixíssimos com vínculos precários", disse o líder partidário.
"Essa situação leva os trabalhadores a entrar em greve, e com razão, porque estão a antever esta manobra clara de permitir a eliminação de postos de trabalho", concluiu.
MCL.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/fim
terça-feira, 4 de maio de 2010
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