domingo, 7 de março de 2010

JURAMENTO SEM BÍBLIA- TIAGO MOITA


JURAMENTO SEM BÍBLIA

Sobre as lápides tumulares de Père-Lachaise
Aonde repousam as cinzas dos últimos lobos
Trovadores da decadência da realidade absoluta
Eu juro!
Nunca trair a minha alma!
Nunca trair as minhas palavras!

Eu juro escrever as trovas da revolta
Da revolta semântica dos sublinhados provocadores
Contra a letargia estéril que anestesiou a escrita
Eu juro reabrir as feridas do peito moribundo
Da prostituta da babilónia
E soltar das suas entranhas
A alba das palavras que dão cor à poesia

Eu juro! Todos os poetas estão do meu lado!
Todas as pedras são minhas testemunhas!
Que quando o príncipe dos poetas
Declamar o seu último canto
Morrison, Ginsberg, Pessoa, Kerouak e Blake
Se erguerão dos seus túmulos caiados
Transformar-se-ão em balas perdidas
E matarão os fascistas que detém o poder
Da torre de Babel

Nunca trairei as minhas palavras!
Nunca trairei a poesia!
Diante das lápides tumulares de Père-Lachaise
Aonde repousam as cinzas eternas
Dos narradores do absoluto
Eu Juro!...

TIAGO MOITA Dezembro de 2004

1 comentário:

Zaratustra disse...

Pedro:

Muito obrigado por publicares o meu poema. Foi um prazer ouvi-lo da tua boca no art7Menor.

Um abraço!

Tiago Moita