quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
CINCO E MEIA DA MANHÃ
São cinco e meia da manhã. Escrevo. A menina veio ter comigo no Piolho. A menina deu-me a mão e falou-me da revolução. Depois no Púcaros deram-me cervejas para financiar a revolução. A menina é bonita. Falta a outra menina que nunca atende o telefone. Se tivesse uma menina todos os dias era feliz. Basta que a menina me dê a mão. E, já agora, que fale na revolução. Acredito que ela vem. Há cada vez mais gente a desejá-la. Mesmo que haja cada vez mais gente deprimida. Talvez até por isso. O capitalismo produz a depressão. O mercado é inimigo da vida. O mercado destrói o homem e as meninas.
São cinco e meia da manhã. Escrevo. Não tenho sono. Este blogue já tem nove seguidores. Tenho seguidores. Não me posso deixar contagiar pelo derrotismo, pelo niilismo, pelo tem que ser. Tenho de acreditar no que já escrevi. Tenho de acreditar nas minhas ideias. No homem que ri e canta e dança. Na alegria autêntica, não forçada. No homem livre. Sou um homem livre. Estou condenado a ser um homem livre. Não me posso deixar contaminar pelas conversas do status quo, pela linguagem económica. Estou para lá da economia. Sou da palavra.
São cinco e meia da manhã. Escrevo. Tenho responsabilidades políticas. Mesmo que não esteja a seguir o caminho mais ortodoxo sei que tenho responsabilidades. Sei perfeitamente onde quero chegar. Não me posso deixar contaminar. Não me posso deixar contaminar. Afasta-te, mercado! Afasta-te, luta pelo poder! Afasta-te, luta pela sobrevivência! Eu tenho vontade. Tenho entusiasmo. Tenho fé. Acredito na revolução. Quase só acredito na revolução. E no amor, na liberdade, na poesia, nas meninas.
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