domingo, 31 de janeiro de 2010

DA VIDA


Não sou comerciante, não sou do mercado. Sou da dádiva, da gratuitidade, da vida. É isso a vida. A dádiva, a partilha, o amor. Se há algo que reprime essa dádiva, essa partilha, esse amor então temos de combatê-lo do primeiro ao último dia. A começar, claro, na nossa cabeça. É um combate de vida ou de morte esse combate de que falo. Mas é o único combate que vale a pena travar. Não estou a falar de lutar pela vidinha, não estou a falar do trabalhinho, não estou a falar de tostões nem de milhões. Já me armei em carapau e apanhei nos cornos. Agora assumo a minha liberdade. Com a humildade do actor. Com o narcisismo do actor. Viemos ao mundo de graça: já o disse. Não temos de pagar a ponta de um corno pela vida. Aliás, somos o pior dos animais. Somos o animal que inventou o dinheiro.

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