Paulo Penedos, apontado como um dos membros da “rede tentacular” criada pelo empresário Manuel Godinho, foi hoje indiciado pelo crime de tráfico de influências no âmbito do caso Face Oculta. As medidas de coação aplicadas ao advogado foram também dadas hoje a conhecer por Paulo Brandão, juiz presidente da Comarca do Baixo Vouga.Adriano Miranda (arquivo)
Penedos tem dez dias para pagar uma caução de 25 mil euros
Assim, Paulo Penedos fica proibido de directa ou indirectamente contactar os restantes arguidos do caso Face Oculta, à excepção do seu pai, José Penedos, presidente da REN - Redes Eléctricas Nacionais. Além disso, não poderá entrar em contacto com funcionários da REN nem entrar nas instalações da empresa. Foi-lhe também aplicada uma caução de 25 mil euros que terá de pagar no prazo de dez dias.
Contudo, recorde-se que na passada terça-feira, dia em que Paulo Penedos começou a ser interrogado, o seu advogado, Ricardo Sá Fernandes, chegou a avançar que estaria indiciado por dois crimes de tráfico de influências. Só um se veio hoje a confirmar. Segundo a investigação do processo, Paulo Penedos terá usufruído de contrapartidas financeiras para “abrir portas” a Manuel Godinho na REN - tendo o seu pai recebido vários presentes, alguns de valor considerável - e para ajudar Manuel José Godinho a resolver um conflito com a REFER.
Segundo a investigação do processo, José Penedos e o seu filho Paulo são apontados como membros de uma “rede tentacular” criada pelo empresário Manuel Godinho, administrador de empresas de recolha e triagem de resíduos/sucatas que prestam serviços a empresas com ligações ao Estado, como a REN e a REFER - Rede Ferroviária Nacional.
Arguidos
Pelo Juízo de Instrução de Aveiro passaram, desde o início dos interrogatórios, em 30 de Outubro, 12 arguidos do processo Face Oculta, nove dos quais já com medidas de coacção fixadas. O principal suspeito (o empresário Manuel Godinho) ficou em prisão preventiva e cinco foram suspensos de funções: Manuel João Espadinha Guiomar, José Lopes Valentim e Carlos Vasconcellos (todos da Refer), bem como Mário Pinho, chefe da Repartição de Finanças de São João da Madeira, e Paiva Nunes (EDP Imobiliária). Este último foi também sujeito ao pagamento de caução (25 mil euros), tal como Namércio Pereira da Cunha (de 25 mil euros) e Hugo Sá Godinho (50 mil euros).
O vogal da administração da empresa IDD (Indústria de Desmilitarização e Defesa) José António Contradanças foi, até agora, o único arguido que manteve a medida de coacção mínima, o Termo de Identidade e Residência.
A PJ desencadeou a 28 de Outubro a operação Face Oculta em vários pontos do país, no âmbito de uma investigação relacionada com alegados crimes económicos de um grupo empresarial de Ovar que integra a O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, a que está ligado Manuel José Godinho.
No decurso da operação foram efectuadas cerca de 30 buscas, domiciliárias e a postos de trabalho, e 15 pessoas foram constituídas arguidas, incluindo Armando Vara, ex-ministro socialista e vice-presidente do BCP, que suspendeu funções, José Penedos, presidente da REN-Redes Eléctricas Nacionais, e o seu filho Paulo Penedos, advogado da empresa SCI-Sociedade Comercial e Industrial de Metalomecânica SA, de Manuel José Godinho
sábado, 21 de novembro de 2009
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