quinta-feira, 12 de novembro de 2009

GLÓRIA-PARTE I


É madrugada. Não consigo dormir. Estou na casa da gotucha e da Fernanda. Mas a Gotucha está na Madeira. Depois da Biblioteca de Vila do conde, depois do Campo Alegre, depois da Velha-a-Branca, toquei a glória mas não consegui agarrá-la. Os convites não chovem. Os aplausos vêm mas não são suficientes. O que é a glória? É mais do que a fama, mais do que o reconhecimento. É ser deus, é ser apenas espírito. É aí que eu quero chegar. Está-me a bater o padre Mário! Está-me a bater esse Jesus que nada tem a ver com a Igreja, com o Dinheiro, com o Poder. Jim Morrison também andava por aí. O que eu quero é estar no bar, no Art 7, a beber cervejas e a filosofar. É assim que me sinto feliz. Não há volta a dar-lhe. Sou um pregador, à minha maneira. prego o Super-Homem de Nietzsche. Prego o despojamento de Jesus, o único dos cristãos. Abomino o Poder, o Dinheiro, os Executivos, a Igreja. Acredito no homem humano. "Humano, Demasiado Humano". Não no chacal, no predador, no competidor. É por isso que estou aqui. Acredito que estou a atravessar para um reino mais puro, mais livre, como dizia Jim Morrison. Morrison, profeta como Jesus, como Zaratustra. É preciso regressar à montanha da àguia e da serpente. é preciso voltar ao lago do antigamente. É preciso voltar ao mago, a Merlin. É preciso abandonar todas as convenções, todos os preconceitos. É preciso voltar a nascer.

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