sábado, 10 de outubro de 2009

CENA SURREALISTA


Ontem no Porto, nos Aliados, junto aos correios, fui surpreendido por um homem de microfone e outro de câmara de filmar. A princípio parecia uma daquelas entrevistas para a televisão mas depois o homem fez-me uma pergunta acerca da sinceridade, eu lá respondi e a seguir o homem permaneceu dez minutos em silêncio com o microfone apontado a mim. Eu não sabia o que dizer. Mostrei-lhe o livro do António Gancho que tinha acabado de comprar na Feira do Livro da Trindade. Depois o gajo lá me fez umas perguntas sobre "gays" e lésbicas e eu lá lhe fui respondendo com sinceridade. Então, o homem pediu para encostar a cara á minha proeminente barriga. Encostou, deu-me um abraço, disse que eu era um santo, que transmitia muita serenidade e eu lá justifiquei que a barriga era da cerveja. São cenas destas que abalam a previsibilidade da vida. O "non sense" e o surrealismo vieram ter comigo ao virar da esquina.