Continuo a escrever
poema após poema
alguns deles vão ficar
para sempre
esquecidos neste caderno
ou no blogue
outros possivelmente
serão publicados
não sei ainda por que editora
sei que frequentemente
repito as ideias
e não sei se fico
com a melhor versão
mas é isto que faço na vida, ó gordo!
Isto e dizê-los publicamente
num tasco qualquer
outros tomam conta dos tascos
outros ainda vão aos tascos gastar
o que sacaram nos sítios
onde sacam dinheiro
e é isso que me falta:
sacar dinheiro
será que é preciso adular o dinheiro para o sacar?
Será que é preciso dizer avé maria aqui, avé maria ali,
para o sacar?
Até que ponto tenho de ceder?
Continuo a escrever
poema após poema
sem saber se um dia
serei realmente reconhecido
agora até escrevo aforismos
ou qualquer coisa lá próxima
a ver se os meus livros
algum dia se vendem
continuo a escrever
poema após poema
saco o máximo de mim e do mundo
e até das gajas da confeitaria
só não saco a merda do dinheiro.
Continuo a escrever
poema após poema
e sinto-me bem assim
não sei explicar
nasci para isto
é esta a minha missão
além de olhar para as gajas
a ver se elas se interessam por mim
de vez em quando
quando estão bêbadas
elas vêm ter comigo
às vezes,
para as ter
não preciso de sacar dinheiro.
sábado, 29 de agosto de 2009
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