Com tanta escrita a sair
agora sim, sinto-me um verdadeiro poeta
um poeta que vive da escrita
e para a escrita
que está em sintonia com a Criação
com a música do mundo
um poeta que dispensa as idas à cidade
e que fica aqui à mesa do café de V.N. Telha
a olhar para o cu da patroa
e com isso se entretém
a inveja e a vaidade são dois sentimentos
quase ultrapassados
sou um poeta sereno
ainda tenho as minhas raivas, claro,
mas sinto-me em paz comigo próprio
em comunhão com o espírito
embora me apeteça fazer
o que Cristo fez aos vendilhões do Templo
umas explosões assim,
de vez em quando,
já as tive
talvez tenham sido um sinal
mas não tenho de andar sempre
a falar nisso
o que está feito está feito
o que importa agora é o presente
o presente e o que aí vem
ainda está para vir o reconhecimento
a consagração
tenho a certeza
ainda não consigo escrever sobre os mares,
as florestas, os animais
daquela maneira que Nietzsche escrevia
para lá do bem e do mal
se bem que desejemos o bem
mas o bem autêntico
não o bem moralista
não o bem da sociedade
o bem puro, a virtude
de que falam Sócrates e Platão
o amor
o amor é uma divindade
o amor é a solução
e lá estou eu com os poemas compridos
se calhar ainda não consegui fazer a síntese
quando o conseguir chegarei onde quero chegar
e aí tudo estará cumprido
e aí os homens darão as mãos
e aí os tiranos cairão
e aí tudo começará de novo
e aí todos seremos irmãos.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
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