quinta-feira, 30 de abril de 2009

SOMOS TODOS TERRORISTAS!


POLÍCIAS E SECRETAS REFORÇARAM VIGILÂNCIA A RADICAIS DE ESQUERDA

Por Valentina Marcelino no Diário de Notícias de 25 de Abril de 2009

Grupos na mira das forças de segurança por suspeita de que hoje poderiam sair à rua em vários pontos do País para travar festejos do 25 de Abril, como há dois anos. Um episódio que vai levar a tribunal 11 jovens por acções violentas.

As forças de segurança voltaram a reforçar a vigilância aos mvimentos radicais de esquerda, por haver indícios de que estes poderão actuar hoje, nas celebrações do 25 de Abril, como aconteceu há dois anos.
De acordo com o que apurou o DN, a vigilância foi reforçada esta semana junto de grupos sedeados na zona de Lisboa, Almada, Barreiro, Porto e Amadora, e vai manter-se até depois do dia 1 de Maio. Fontes policiais confirmaram que a PSP tem trabalhado em conjunto com os elementos do SIS, entidade que em 2008 registou "indícios de radicalização de alguns núcleos activistas".
Esta preocupação agravou ainda mais com os alertas que chegaram nas últimas semanas da Europol. Mas não só. As conclusões da investigação dos desacatos do dia 25 de Abril de 2007 também colocaram as autoridades em alerta já que 11 arguidos vão ser levados a julgamento.
Além do mais, neste momento, as polícias já têm sinais de mobilização, através da internet, para os próximos dias. A "Rede Libertária" convoca no seu blog para uma manifestação "anti-capitalista e anti-autoritária" no dia 1 de Maio, no Príncipe Real, em Lisboa. No Bairro Alto já há cartazes colocados a anunciar a mobilização mas, segundo o porta-voz do Governo Civil de Lisboa não foi pedida autorização para esta iniciativa, o que se enquadra na estratégia utilizada por estes movimentos.
Há dois anos tais movimentos saíram à rua e provocaram desacatos. No relatório da PSP consta que cerca de 150 jovens, vários de caras tapadas, subiram a Rua do Carmo, em Lisboa, e atiraram plásticos com tinta contra as montras, transeuntes e lojas, fazento graffitis nas paredes com símbolos anarquistas. A polícia foi agredida por agentes com garrafas, paus e barras de ferro.
A confusão instalou-se e os jovens dispararam very lights. Quando estavam a preparar cocktails molotov o Corpo de Intervenção carregou em força e deteve os 11 que vão agora ser julgados.
As acusações formalizadas pela procuradora Ana Brito, do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) são "resistência e coacção sobre funcionário", "ofensa à integridade física qualificada de forma tentada", "injúrias agravadas" e "dano qualificado". Os arguidos negaram todas as acusações.
Para a procuradora aquele acto resultou de uma acção pensada, organizada e concertada entre alguns dos manifestantes, com o objectivo de provocar desacatos que exigissem a reacção da PSP. Vários dos detidos já tinham "cadastro" e tiveram ou têm ligações a indivíduos referenciados com os movimentos anarco-libertários, "okupas", anti-capitalismo e ecologistas radicais.
As autoridades notaram na manifestação que os activistas usam técnicas e tácticas "hostis, pouco vistas em território nacional", que se enquadram nos manuais de "acção directa", usada por grupos mais violentos noutros países. A investigação confirmou a presença destes em Portugal e na "manif" em causa, os quais exercem actividades influentes nos movimentos extremistas internacionais. As congéneres têm apoiado as associações portuguesas, quer financeiramente, quer na organização de acções.

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