sábado, 28 de fevereiro de 2009
O POETA VAI À VIDA
Não me sinto mal. Tem piada. Deveria estar aqui a queixar-me da depressão mas não estou. Tem piada. Acabo de ler mais um livro. "Tomaz, o Impostor" de Jean Cocteau que comprei em Amarante numa feira por 50 cêntimos e sinto-me bem. A gorda do lado ocupa o café inteiro e não me deixa estender as pernas. O poeta sente-se de consciência tranquila. Sente-se capaz de escrever romances e ensaios. Mas passa muito tempo na cama o que é preocupante. O que importa é que há um livro novo: "Queimai o Dinheiro!". Pode ser que peguem no título. O volume da gorda incomoda-me. Vá lá, levantou-se. QUe alívio! Já me sinto à larga. Cruzo as pernas e o mundo recomeça. EStou sentado na mesa do canto e os carros deslizam nas minhas costas. Passam duas mamas. O poeta goza. Está nas suas quintas. Voltou o gozo da escrita. Tudo serve de pretexto para a escrita. Os males do mundo. A conversa das velhas. O poeta não vai ao fundo. Agarra-se à caneta. Há quem o admire. Procura o sublime. A D. Rosa cumprimenta-o afectuosamente. Parece que escreve uma tese. Ama a vida, detesta a morte. SEnte-se leve. Quase em festa. Ama a arte. As pessoas gracejam. A arte toma conta da vida. O poeta arde. SEnte-se nas alturas. Cultiva o inútil face ao útil, a arte face á sobrevivência, face à sobrevida. O poeta dança. Brinca com as palavras. Afasta a depressão. O poeta ri das pessoas. Há uma réstia de bondade nas pessoas. O poeta escreve. Há algum tempo que não estava assim. O mundo recupera a beleza. O poeta acredita. Não em Deus nem nos deuses. Mas no homem-deus, no homem superior que goza com a vida. A luz apagou. E o poeta vai à vida.
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2 comentários:
O poeta tb é gordsinho. não pode criticar a formosa gordura alheia...
beijoca
csd
ah, ah...
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