domingo, 25 de janeiro de 2009

DIÁRIO


Lê-se
e não sobra nada
fica a pacatez de uma confeitaria vazia
e uma cerveja que se vai bebendo
na ausência do bêbado proscrito
há palavras que ficam
mulheres que ficam presas ás palavras
ainda há livros meus nas livrarias
a chuva bate lá fora
sou o poeta que, de vez em quando,
sai nos jornais
mas que está sem editora
as empregadas riem
e eu tenho o grande Luiz Pacheco
à minha frente
não tenho dinheiro para continuar a beber
como em Braga
a Idolátrica
apesar de tudo, sinto-me próximo da luz
apesar de tudo, há algo que me conduz
rumo ao sublime
mas a cerveja está a acabar
pouco mais há a contar
numa confeitaria pacata e vazia
as velhas barulhentas já saíram
e os carros continuam a passar
tal como o "Circo de Feras" do Xutos
tantas vezes ouvi isto
tantas vezes enamorado a pensar nisto
e a cerveja acaba
não há cacau para mais
resta-me regressar a casa.

3 comentários:

Claudia Sousa Dias disse...

terás sempre quem goste de te ouvir...


csd

NUNIX disse...

o acabar anda de mãos dadas com o recomeçar!
Boa poesia a tua! :)
Da próxima que te vir ja te tou a dever uma super bock! Abraço
N

A. Pedro Ribeiro disse...

tomaremos essa super bock.