segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

SERÁ QUE A COISA VEM?


Clima de insurreição geral
Manifestações e vaga de violência em mais de uma dezena de cidades gregas
08.12.2008 - 22h15 Jorge Heitor
Novos confrontos entre a polícia e os manifestantes proliferaram hoje por toda a Grécia. A cólera desencadeada pela morte, no sábado, do jovem Alexandro Grigoropoulos, alastrou mesmo a representações diplomáticas ou consulares no estrangeiro, como Londres e Berlim. Trata-se da mais grave agitação a que a Grécia assiste nas últimas décadas.

A polícia carregou contra 300 manifestantes, na capital, Atenas, mas também houve violentos distúrbios no vizinho porto do Pireu e em Salónica, a segunda cidade do país, em Trikala, no Centro, em Larisa, Volos, Patra e nas ilhas de Corfu, Creta, Samos, Lesbos e Rodes.

Os distúrbios dos últimos dias destruíram já cerca de 130 estabelecimentos atenienses. O Partido Socialista Pan-Helénico (PASOK, na oposição) pediu à população que criticasse o Governo conservador mas se abstivesse de novos actos de violência.

Os professores universitários iniciaram uma greve nacional de três dias. Os blogues mais populares entre os estudantes do ensino secundário incitaram-nos a boicotar as aulas, num clima de insurreição geral.

Ao longo destes dias, manifestantes com uma forte componente anarquista têm vindo a gritar “polícias, porcos, assassinos”, e a lançar bombas incendiárias, enquanto helicópteros tentam controlar as multidões.

Governo perdeu três ministros por corrupção

O ministro do Interior, Prokopis Pavlopoulos, prometeu investigar em pormenor as circunstâncias do incidente, ao mesmo tempo que reconhecia que “tirar uma vida é algo indesculpável em democracia”. E chegou mesmo a colocar o seu lugar à disposição, o que não foi aceite pelo primeiro-ministro Costas Karamanlis, sobrinho do antigo Presidente Constantinos Karamanlis. Ontem, o agente responsável pelos disparos já tinha sido acusado de assassínio.

Nos últimos 12 meses, o Executivo de Karamanlis já perdera três ministros devido a casos de corrupção e não se podia dar ao luxo de perder agora mais um, pelo que se tem desdobrado em desculpas públicas pela morte do jovem.

Um porta-voz da Esquerda Anti-Capitalista Unida, Panagiotis Sotiris, declarou hoje à noite à Reuters que a “revolução social” durará o tempo que for necessário, até o Governo cair.

A actual equipa governamental “não compreende os problemas do país”, comentou George Papandreou, líder do PASOK, que já antes destes incidentes se encontrava nas sondagens à frente da Nova Democracia e agora pretende capitalizar o descontentamento popular com as privatizações e a reforma do sistema de pensões.

www.publico.clix.pt

5 comentários:

durtal disse...

Que "coisa" queres que venha? A Grécia inteira em chamas? Um ministro (que não foi o gajo que disparou, nota) a pôr a cabeça no cepo, o agente acusado de assassínio, etc, parece-me uma boa maneira de lidar com isto.
Adoras revoluções vândalas, Pedro. E acreditas que, acaso fossem bem sucedidas, viriam amanhãs que encantam?
Vá, tem juízo.
Um abraço do André.

Hiena disse...

Vem,vem. A coisa está-se mesmo a vir.
Já agora tenho que discordar do comentário anterior.
Mais valem revoluçoes vandalas que amanhas que enojem.
Desculpem a falta de acentuaçao mas a porra deste teclado nao comporta acentos.Foda-se!
E já agora nao tenhas juizo por favor.
Abraços

Claudia Sousa Dias disse...

nem tanto ao mar nem tanto à terra.


Não faria mal uma revolução em Portugal, neste momento, para dar cabo de algumas aberrações e muita irracionalidade sobretudo em áreas como a justiça. a segurança e a educação.

Mas nunca se pode combater a irracionalidade com irracionalidade.

Disso já estamos nós fartos.

Isto é, se quisermos que haja evolução...

CSD

A. Pedro Ribeiro disse...

A revolução é sempre vândala, caro André. Doa a quem doer. Não quero saber dos ministros capitalistas nem quero ter juízo. Estou, aliás, farto de ter juízo. Daqui a pouco farei um post que explica a minha posição.

A. Pedro Ribeiro disse...

Hiena, obrigado pela força.