sábado, 13 de dezembro de 2008

O SEXO E A REVOLUÇÃO


Não vejo por mais que isso desagrade a alguns revolucionários de espírito tacanho, porque é nos deveríamos abster de agitar os problemas da revolução, do amor, (do sexo), do sonho, da loucura", escreveu o poeta surrealista André Breton.
Queremos estar numa paisagem "onde a revolução e o amor alumiam concordantes espantosas perspectivas e mantêm conversas perturbadoras", disse outro grande surrealista, René Char (1). Ao pé destas palavras, toda a politiquice mundial, nacional e local torna-se absurdamente mesquinha, absolutamente imbecil e pequena.


A esmagadora maioria das políticas nacionais e autárquicas, mesmo as ditas de esquerda ou de esquerda alternativa, é feita de mesquinhices, de lutas de galos ou galinhas por poleirinhos, lugarzinhos ou tachinhos, de medidazinhas que, centímetro a mais, centrímetro a menos, reproduzem a ideologia dominante e fogem ao essencial. E o essencial é a liberdade, a poesia e o amor, incluindo o sexo puro e duro, em todas as suas variantes, à boa maneira do Marquês de Sade ou de Henry Miller.
A poesia revolucionária e sexual de Rimbaud, de Nietzsche, de Jim Morrison, dos Led Zeppelin, de Karl Marx, de Bakunine, de Rosa Luxemburgo é a única resposta possível ao capitalismo, ao mercado, ao mercantilismo, cujos valores- a rentabilidade, o lucro, a eficácia- tudo controlam: as decisões dos governos, o funcionamento das famílias, das escolas e dos "media".
Quem o disse foi um outro revolucionário, chamado Marcos, que está no México, em Chiapas, em toda a parte. "Hay que endurecerse sin nunca perder la ternura jamas", afirmou um dia (ou terá sido uma noite?) outro revolucionário, que era argentino e cidadão do mundo, e que também anda por toda a parte.
Para bom entendedor...

1 comentário:

Claudia Sousa Dias disse...

meia palavrinha é suficiente...


csd