sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

FÊMEA SELVAGEM


Venho
eu de bibliotecas
de mundos contemplativos
de batalhas pelo saber
e avisto a mulher
a mulher selvagem
que ginga e balança
as formas em todo o seu esplendor
a mulher primitiva
convertida ao balcão
que passeia as sandes e os cafés
a mulher de cabelos negros
égua que relincha
e acende a paixão
a mulher livre
que atira a bandeja ao ar
que trabalha com displicência

Estamos no mesmo mundo
parece mentira
até acredito nos deuses
se fores minha
andas de um lado para o outro
e eu sempre parado
pasmado a contemplar o espectáculo
trazes cervejas
mas não para mim
sou um ser à parte
um renegado
a vida é assim
agora falas no Natal na infância
ah, querida
candida-te à presidência
leva-me à demência
que eu voto em ti.

Vila do Conde, 11.12.2008

1 comentário:

Claudia Sousa Dias disse...

pois...

acredito que sim...

csd