quinta-feira, 16 de outubro de 2008


Para quê desperdiçar a palavra sublime num mundo de merda? Para quê dar-me a quem não merece? Para quê ligar tanto às gajas? Se tenho a ideia de quem sou porque não deixar correr o marfim? Por que não aproveitar a onda até à próxima depressão? Escrevo e já estou a falar comigo mesmo, não preciso de falar com os outros e com as outras. Masturbações, diria o Luís. Andamos sempre a masturbar-nos, de uma forma ou de outra. Assim vai o artista. Ó, minha rica, que passas, deixa lá o conforto e os bens materiais e anda amar-me, anda amar-me ao inferno. Pronto, pode ser que agora saibas quem sou. Não sou aquilo que pensas. Sou apenas um anjo rejeitado porque era mais belo do que os outros. Mas depois aparece Sócrates e fala-me do bem pelo bem e eu fico convencido. Sabes, um gajo começa a escrever e depois não consegue parar. Até parece que o consumismo do "Norteshopping" faz bem à escrita. Agora já não passo de um gajo que escreve umas coisas e que, de vez em quando, aparece nos jornais. Qual Lúcifer! Qual Cristo! Qual Musa! Apenas um gajo que escreve umas coisas a que alguns acham piada. Nada mais. Um gajo que de vez em quando faz uns disparates, um gajo com um bocado mais de sensibilidade, como diz o psiquiatra. Não há deuses nem semi-deuses, só esta merda do consumismo e a crise da finança. Oxalá o capitalismo acabasse.

1 comentário:

Claudia Sousa Dias disse...

deixa lá porque nem só de consumo vive o homem - e eu sou consumista, quanto mais não seja de livros mas não só, por isso tenho de me cuidar - ou as mulheres.


há também outras coisas.


:-)


CSD