quinta-feira, 2 de outubro de 2008
MANIFESTO/CÂNTICO ÀS GAJAS (BOAS)
Ontem tive uma daquelas conversas intermináveis acerca do destino do Homem e da Humanidade. O meu amigo diz que estamos aqui para sofrer o menos possível. Mas para quem tem sede de infinito, para quem acredita no Amor e na Liberdade sem limites isso não deixa de fazer confusão. A verdade é que quase ninguém tem este tipo de conversas. A verdade é que para ser um profeta tenho de partir muita pedra. Falar para milhares de pessoas: eis a meta. Chegar à televisão e dizer a palavra. A palavra-chave é o tédio. Eis o que vejo: TÉDIO. Com ou sem trabalho. Com ou sem dinheiro. Talvez as gajas façam a diferença. Mas elas têm de ser generosas para nós poetas. Mesmo que estejamos na miséria, sobretudo aí. Mesmo que estejamos na loucura. Elas (gajas) têm de dar-se a nós poetas e pensarem menos no conforto e na segurança. Têm de se dar a nós porque nós trazemos a divindade e a sabedoria. Têm de se dar a nós em vez de se darem aos futebolistas. Têm de se dar a nós como se dão a Dionisos porque ficam loucas como as bacantes. Têm de perceber que o trabalho não serve para nada. Têm de perder o medo que sentem de nós, têm de dançar na montanha, na floresta e na cidade, têm de fazer fogueiras e queimar o dinheiro. Sim, talvez a salvação esteja nas gajas. As gajas têm de se deixar levar pela loucura, têm de ser xamânicas e dionisíacas. Por isso, cantarei loucamente as mulheres. Por isso, lhes dedicarei hinos. Por isso, serei Dionisos.
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