quarta-feira, 10 de setembro de 2008

LUZ


Não me canso de dizer que o dinheiro é a fonte de todos os males. O dinheiro compra tudo. O dinheiro compra a ética, menina Cláudia. Já Platão dizia que a posse de bens era malévola. Por muito puras que as pessoas sejam não deixam de ser moldadas pelo dinheiro e por tudo o que vem atrás dele: a ambição, a inveja, a avareza, a carreira, a competição, o poder, o lucro, o sucesso. Corrijo: tudo gira em torno do dinheiro e do poder. O dinheiro e o poder envenenam as relações de trabalho, o dinheiro- a troca- e o poder emporcalham as relações humanas. Desde a infância que somos moldados por estes dois deuses, desde a infância que nos impingem estes dois deuses, estes dois profetas da morte. Nunca como agora, sob o capitalismo globalizado, o seu império foi tão dominador. Nenhum deus, nenhum chefe acima de nós! Só Dionisos. Dionisos não está acima de nós, Dionisos é um de nós. Bebe connosco, ri connosco, dança connosco. Bem sei que estes escritos são algo proféticos, messiânicos. Mas se sou um profeta, sou um profeta da vida, da liberdade, do amor mas também do caos. Neste momento estou interessado em instalar o caos. Não sou mais do que um gajo que anda por aí em busca do sublime. E começo a ver a luz. Mas, embora por vezes pareça, não vim ao mundo para me iluminar só a mim próprio.

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