terça-feira, 2 de setembro de 2008

JOAQUIM CASTRO CALDAS


HOMENAGEM A JOAQUIM CASTRO CALDAS NO PÚCAROS

António Pedro Ribeiro homenageia o poeta e diseur recentemente falecido Joaquim Castro Caldas no Púcaros Bar no Porto (à Alfândega) na próxima quarta, dia 3, pelas 23,30 horas. Ribeiro diz poemas de Castro Caldas e dele próprio na habitual noite de poesia do Púcaros que tem lugar todas as quartas-feiras. Outras intervenções a cargo de Isaque Ferreira, Luís Carvalho, Anthero Monteiro e Maria Beatriz, entre outros.

Com os melhores cumprimentos,
António Pedro Ribeiro.
tel. 965045714.

JOAQUIM CASTRO CALDAS



António Pedro Ribeiro



Foi o Joaquim Castro Caldas que me ensinou a dizer poesia. Foi o Joaquim Castro Caldas que me mostrou aquele jeito rebelde e sarcástico de lidar com as palavras. O Joaquim foi o mentor das noites de poesia no Pinguim quando uma multidão acorria àquele bar no Porto para ,simplesmente, ouvir e dizer poesia. O Joaquim foi um dos maiores divulgadores da poesia neste país. E era, também, um excelente poeta. Quando escrevo estas linhas o Joaquim se não está morto deverá estar às portas da morte. Agora é fácil culpar o álcool, as úlceras, a vida que o Joaquim levava. Agora toda a gente vai procurar os escritos que o Joaquim deixou por aí espalhados.

O Joaquim Castro Caldas tinha um feitio difícil. Por vezes, parecia arrogante. Mas por detrás dessa aparente arrogância havia uma grande generosidade. A generosidade de quem viu o inferno mas também o céu.

A obra do Joaquim não teve o reconhecimento que merecia. Porque o Joaquim era um verdadeiro poeta. Levou uma vida de poeta. Andou pelos bares, procurou a loucura. Não foi um desses versejadores da corte, bem comportadinhos, sempre à cata do prémio. Olha, Joaquim, espero que te safes desta. Senão vai para o céu. Vai para o céu, porque o mereces.

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