domingo, 7 de setembro de 2008

DIÁRIO


Estive a ler atentamente os sonetos de Antero de Quental e concluo que o homem tem coisas absolutamente geniais. Aqueles poemas místicos, a crença em Deus e em Cristo e depois a negação de Deus e a crença no Espírito, na Ideia, na Liberdade e na Morte, o modo como o poeta joga e brinca com isso é genial, ao nível de Pessoa ou talvez melhor. Há, de facto, ideias que vêm do céu. Platão tem razão. E a Gotucha foi para a Madeira. E é o céu na terra que nós queremos, meu caro Henry Miller. De facto, não podemos perder tempo com telejornais e atrasados mentais que querem fazer de nós atrasados mentais. E continuemos egocêntricos. Nietzsche dizia que a humanidade era pré-Nietzsche e pós-Nietzsche e estava certo. Nietzsche criticava Sócrates mas reconhecia que Sócrates era o mais inteligente dos homens. Os grandes homens, os homens de génio, respeitam-se. O mais importante está nos livros, nos grandes livros. Cristo também não era um gajo qualquer e até era algo passado, até seria um brincalhão mas não é, entre os profetas, o meu preferido. E as gajas boas ficam histéricas na televisão. Vai, querida, mostra as mamas! Já estou farto do teu paleio capitalista. Ainda não chegou o tempo de pregar o amor. De vez em quando sim para engatar umas gajas, para levantar os leprosos e os deprimidos, para curar os cegos. Ai! Já estou a ficar como o outro. Ando a pregar a boa nova. Realmente o que me interessa é a sabedoria, a liberdade, a revolução, o amor. Mas não vou dar isso de mão beijada. Eh, pá! Diz-me algo de novo, algo que me surpreenda, como diz o Jaime de Vila do Conde. Só aprendo com os saltimbancos, com os decadentes, com os filósofos de rua. Temos a glória e depois é o vazio, não sobra nada. O Não-Ser. O Nirvana. Como o Cobain. Esta malta nova precisa ouvir o "The End" dos Doors para trepar pelas paredes. Deus sou eu, minha querida.

Sem comentários: