terça-feira, 2 de setembro de 2008
BRAGA
Mantenho-me fiel ao café "Gulodices", apesar de o café ao lado ter reaberto. A nova geração joga às cartas. A Gotucha permanece em casa como uma esposa fiel. DIz que quer ir ao Porto, a Serralves, ou então à praia. Eu, por mim, estou bem aqui. Venho ao café beber cerveja enquanto a Gotucha está em casa a teclar. Sinto, sim, alguma falta dos cafés do centro da cidade, da "Brasileira". São cafés com encanto. Com outro movimento. E o diário prossegue. Não me dá para escrever poemas. Já em 2003, em Lagos, estava assim. Dava aulas de manhã e tinha a tarde e a noite só para mim. Ganhava dinheiro.
As pessoas passeiam os cães. O Simão marca de cabeça. Peço outra cerveja. Quero um poema de raiva para toda a eternidade.
Verdadeiramente o que me interessa é o espírito. E sei que ele está dentro de mim. Aí está a felicidade, a liberdade. Assim o disse Nietzsche, assim o disse Henry Miller. E eis-me aqui à procura da felicidade num copo de cerveja. Eis-me aqui à procura da felicidade num café obscuro de Braga. Junto ao liceu Alberto Sampaio, que frequentei há 22 anos, procuro a felicidade. Por entre conversas banais procuro a felicidade. A cerveja nem sequer me bate bem- deve ser das sardinhas. A dona do café fala com os clientes e dá-me as boas noites. É simpática. E tem mamas grandes.
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