domingo, 27 de julho de 2008

MANIFESTO DA MADRUGADA


Deixei de acreditar nos amanhãs que cantam
os situacionistas ainda depositam esperança nos Conselhos Operários
mas eu sinceramente não estou a ver uma união dos operários nem dos proletários em geral na sua versão abrangente
aliás, começo a estar descrente em qualquer tipo de união
tornei-me céptico e egocêntrico
de ego inflamado, dizem alguns
no partido já diziam que eu não me adequava ao trabalho colectivo
quase sempre privilegiei o individual em detrimento do colectivo
quando muito admito a união em pequenos grupos de três ou quatro individuos
Lautréamont escreveu que a poesia deveria ser feita por todos
eu acredito no individuo enquanto criador
acredito que a revolução está dentro da cabeça
acredito no poeta enquanto espírito livre no sentido nietzscheano
acredito no poder da imaginação
acredito na liberdade da criação
acredito no terrorismo poético
acredito no xamã.

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