quinta-feira, 17 de julho de 2008

MANIFESTO ANTI-PRAXE


Manifesto anti-praxe

Porque vemos na praxe uma prática que atenta contra os mais elementares direitos humanos, nomeadamente a liberdade, a igualdade, a integridade física e psicológica e a livre expressão da individualidade, ao mesmo tempo que exalta os valores mais reaccionários da nossa sociedade.
Porque não vemos qualquer motivo para a existência de hierarquias entre estudantes, tendo em conta que todos devem ser tratados por igual nas relações interpessoais.
Porque acreditamos que a tradição nunca poderá ser um entrave à mudança, muito menos, poderá alguma vez legitimar um comportamento inaceitável emqualquer sociedade.
Porque não aceitamos o poder auto-instituído e nada democrático dos organismos da praxe, que se constituem em estruturas paralelas com regras próprias.
Defendemos que a recepção aos novos alunos, sempre que se justifique a sua existência, se deve basear em relações de igualdade.
Nesta iniciativa, os estudantes olhar-se-ão nos olhos e tratar-se-ão por "tu", construindo um conjunto de redes de solidariedade e de camaradagem não exclusivas.
Todos se divertirão por igual, deixando a diversão de uns de ser a humilhação de outros.
Desta forma, incentivar-se-á o verdadeiro altruísmo que consiste em ajudar osoutros sem exigir qualquer contrapartida. Defendemos igualmente que a faculdade deve ser uma instituição aberta ao mundo que a rodeia, transformando-o e sendo por ele transformada.
Uma instituição quedeve proporcionar a livre intervenção e fomentar a criatividade, não impondo códigos de conduta nem promovendo a segregação. Mas este ideal nunca será concretizável enquanto o espírito da praxe reinar na faculdade. Exigimos ainda que as instituições de Ensino Superior tomem sobre si a responsabilidade de prestar todas as informações e aconselhamento necessáriosaos estudantes, quebrando assim com o princípio paternalista do "apadrinhamento" que compromete e fragiliza a autonomia dos recém-chegados.
Exercemos desta forma o nosso direito à indignação. Como parte da sociedade civil pensamos que o que se passa no interior das faculdades diz respeito a todos. Logo, jamais poderemos fechar os olhos à triste realidade das "tradições académicas". E juntamos a nossa voz à voz de todos os que lutam diariamente contra o cinzentismo da praxe e se batem por uma faculdade crítica, aberta e democrática!


Elaborado pelos Antipodas, MATA, República das Marias
Subscrito pela República Prá-kys-tão, e algumas dezenas de intelectuais e músicos portugueses como Sérgio Godinho, Prado Coelho, Luís Afonso, e mais uns quantos que a memória não recorda...

1 comentário:

Claudia disse...

tudo o q aqui está escrito n é a realidade do q se passa na maioria das faculdades...como em tudo na vida existem pessoas boas e pessoas más...existem bons praxistas e maus praxistas... ninguém humilha ninguém, ninguém é obrigado a fazer nada q vá contra os seus principios e ideais, nenhum doutor obriga um caloiro a fazer algo q já n tenha feito enquanto caloiro...99% do q é feito na praxe é feito a brincar, ri mais quem canta e dança quem tem de rebolar no chão do q aqueles q se limitam a assistir...
de a uns tempos para cá as coisas mudaram, a praxe já n é como antes é mais soft agora...
e o objectivo principal dela é incutir um espirito de grupo e de camaradagem entre os novos alunos (os caloiros)!!
sou caloira neste ano lectivo de 2007+1/2009 e tendo em conta q n tenho grande facilidade de comunicar com as pessoas, se n pertencesse á praxe nunca iria conhecer e falar com tanta gente como o faço...n só com os caloiros mas com os doutores e veteranos...na praxe há optimos momentos de descontração de conversas por vezes quando estão poucos caloiros, n se fala só de hierarquias, fala-se de cultura fala-se da sociedade, fala-se de tudo...
n podemos criar a opinião e deixarmo-nos seguir por esteriotipos da sociedade se queremos ter uma opinião fumentada temos de experimentar e no final dizer valeu a pena e ter o orgulho q se fez tudo para um dia merecer o traje!!!
Dura praxis sed praxis