domingo, 15 de junho de 2008

O POETA REVOLUCIONÁRIO


O poeta operario : 19/Mai/2007 Gritam ao poeta da revoluÇÃo: «Seria bom ver-te a trabalhar num torno.Versos o que são? Simples adorno! Trabalhar não é contigo, se calhar.» Mas, para nós, trabalhar é a ocupacao favorita. Eu tambem sou uma fábrica e lá por não ter chaminés, talvez seja muito dificil.Bem sei que não gostas de frases vãs.Cortar carvalhos, isso sim, é trabalho. E nós,nao seremos também derrubadores de arvores? As cabeças das pessoas tratamos como carvalhos. Certamente pescar é uma coisa respeitavel, lançar a rede e apanhar esturjões! Mas o trabalho do poeta é mais respeitável: não pescamos peixe mas sim gente viva. Trabalhar na forja é trabalho violento,o ferro fundido bater e temperar. Mas quem é que nos pode acusar de mandriar? Com a goiva da linguagem polimos as mentes. Quem vale mais - o poeta ou o técnico que conduz as pessoas para os bens materiais? Ambos. Os corações sao iguais aos motores, a alma igual a um motor complicado. Somos iguais,camaradas na massa trabalhadora, proletários do corpo e da alma. Só juntos remoçaremos o universo e com marchas poderemos vencer. Das tempestades verbais defenderemos o povo. Ao trabalho! O trabalho e vivo e novo.

A fresadora! Que a agua dos discursos dê a volta à mó!
Vladimir Maiakovski

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