sábado, 17 de maio de 2008
A IMAGINAÇÃO AO PODER
A IMAGINAÇÃO AO PODER
António Pedro Ribeiro
Há 40 anos uma revolta estudantil abalou os alicerces da sociedade capitalista. Grito libertário de estudantes universitários a que, numa segunda fase, se juntou o operariado com ocupações de fábricas e 10 milhões em greve, o Maio de 68 permanece como exemplo de revolução no seio de uma sociedade capitalista desenvolvida. Pretendia-se revolucionar o quotidiano, mudar a vida, colocar a imaginação no poder. Maio de 68 foi também uma revolução feita à margem da burocracia sindical do PCF e do estalinismo, onde a espontaneidade e a autogestão foram práticas correntes. Maio de 68 foi beber aos beatnick, ao movimento hippie, aos situacionistas, a Che Guevara, às revoltas estudantis de Berkeley, de Itália, da Alemanha, à Primavera de Praga, ao Brasil, à contestação à Guerra do Vietname, à música de Woody Guthrie, de Bob Dylan, dos Beatles, dos Doors, dos Stones. Maio de 68 é a negação da vida burguesa. Começou a falhar quando os partidos de esquerda começaram a tomar conta do movimento. Foi o retorno à normalidade. Maio de 68 foi a nova Comuna de Paris, a nova revolução permanente. Sejamos realistas, exijamos o impossível! Maio de 68 é a festa, a revolução pura.
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1 comentário:
Poderoso e afirmativo, Maio de 68 foi a manifestação de todas as pulsões libidinais em cuja violenta repressão o poder sempre se constituiu.
Movimento que abalou o aparelho do poder em todos os seus níveis,desde a família aos partidos políticos.
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