quinta-feira, 29 de maio de 2008
PSSLM-68
PARTIDO SURREALISTA SITUACIONISTA LIBERTÁRIO DO MAIO DE 68
Vimos por este meio anunciar a fundação do Partido Surrealista Situacionista Libertário do Maio de 68 (PSSLM-68), organização que tem por base o ideário da revolução de Maio de 68, bem como os contributos das correntes surrealista, situacionista, libertária e guevarista. O PSSLM-68 assume-se como anti-capitalista e anti-imperialista e recusa a redução do Homem à condição de número e de mercadoria, assim como o império do mercado, do lucro e do dinheiro. O PSSLM-68 assume-se como anti-autoritário e recusa a linha reformista do PCP e a via do Bloco de Esquerda que se converteu numa espécie de partido da virtude. O PSSLM-68 faz suas as bandeiras do Maio de 68: "Sejamos realistas, exijamos o impossível!", "a imaginação ao poder", por considerar que se mantêm actuais na entediante e castradora sociedade capitalista. O PSSLM-68 considera que a poesia deve ser feita por todos na rua.
Pelo PSSLM-68,
António Pedro Ribeiro
Poeta, diseur, performer, ex-aderente nº 346 do Bloco de Esquerda, autor dos livros "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro. Manifestos do Partido Surrealista Situacionista Libertário" (Objecto Cardíaco), "Um Poeta a Mijar" (Corpos) e "Saloon" (Edições Mortas).
tel. 965045714
César Taíbo
Artista plástico
http://partido-surrealista.blogspot.com
http://tripnaarcada.blogspot.com
www.myspace.com/manacalorica
POESIA
Breton
RANO RARAKU
Como o mundo é belo
A Grécia nunca existiu
Não passarão
O meu cavalo acha a ração na cratera
Homens-pássaros remadores arqueados
Voaram-me em volta da cabeça porque
Também sou eu
Quem lá está
Atolado a três quartos
A troçar dos etnólogos
Na amena noite do Sul
Não passarão
A planura não tem fim
Quem se destaca é risível
As altas imagens caíram
Tradução de Ernesto Sampaio.
André Breton nasceu em Tinchebray em 1896. Iniciou estudos em Medicina, sem entusiasmo, apenas para contentar a família. Mobilizado para o exército, em 1916, conheceu aí Jacques Vaché, o qual viria a exercer forte influência na sua personalidade. Em 1919, fundou com Aragon e Philippe Soupault a revista Littérature. Em 1920 aderiu ao grupo Dada, mas logo se incompatibilizou com Tristan Tzara, vislumbrando no automatismo um meio de renovar toda a arte. Tornou-se assim no principal fundador e teórico do movimento surrealista francês. Em 1924, no Manifeste du Surréalisme, expôs alguns dos princípios estéticos essenciais desse movimento: escrita automática, liberdade formal, exploração literária do inconsciente. Além dos escritos teóricos, escreveu obras de poesia, ficção, etc. Animado por uma ardente vontade de acção, a sua rebeldia levou-o a aderir ao Partido Comunista em 1927. Publicou as revistas La Révolution Surrealiste e Le Surréalisme au Service de la Révolution. Em 1933, Breton foi excluido do Partido Comunista. Com Leon Trotsky, acabaria por fundar, em 1938, a Federação de Arte Revolucionária Independente. Quando os nazis ocuparam a França, Breton refugiou-se nos EUA com Duchamp e Max Ernst. Terminada a guerra, regressou a França. Morreu no dia 28 de Setembro de 1966.
terça-feira, 27 de maio de 2008
FRASES DE MAIO DE 68
A acção não deve ser uma reacção, mas uma criação.
A anarquia sou eu.
A arte está morta, libertemos a nossa vida quotidiana.
A arte está morta, não consumamos o seu cadáver.
A arte está morta, nem Godard poderá impedir.
A barricada fecha a rua, mas abre a via.
A cultura é a inversão da vida.
A cultura está a desintegrar-se, grita.
A economia está ferida, pois que morra!
A emancipação do homem será total ou não será.
A felicidade é uma ideia nova.
A humanidade só será feliz quando o último capitalista for enforcado com as tripas do último esquerdista.
A imaginação ao poder.
A insolência é a nova arma revolucionária.
A liberdade do outro estende a minha ao infinito.
A mercadoria é o ópio do povo.
A nossa Revolução é maior do que nós.
A novidade é revolucionária, a verdade também.
A poesia está na rua.
A política passa-se nas ruas.
A religião é a última mistificação.
A revolução deve ser feita nos homens, antes de ser feita nas coisas.
A revolução não é a dos comités, mas, antes de tudo, a vossa.
A sociedade nova deve ser fundada sobre a ausência de qualquer egoísmo e qualquer idolatria. O nosso caminho será uma longa marcha de fraternidade.
Abaixo a sociedade de consumo.
Abaixo a sociedade espectacular mercantil.
Abaixo a universidade.
Abaixo o Estado.
Abaixo o realismo socialista. Viva o surrealismo.
domingo, 25 de maio de 2008
REVOLUÇÃO
quinta-feira, 22 de maio de 2008
O NOVO MAIO DE 68
O NOVO MAIO DE 68
António Pedro Ribeiro
Nunca o capitalismo foi tão sufocante como agora. Os números, as percentagens, as estatísticas, o economicismo estão por todo o lado às ordens dos bancos, das multinacionais, das bolsas, da indústria de armamento. O homem é reduzido à condição de número, de mercadoria. O quotidiano tornou-se insuportável, entediante. A vida não é vida, é sobrevivência, é sobrevida. Os profetas da morte- Bush, Sócrates, Sarkozy- reinam, a liberdade não passa por aqui.
É preciso um novo Maio de 68. Uma revolução que questione a não-vida, a vida burguesa. Uma rebelião que traga o humano de volta- sem números, sem percentagens, sem estatísticas. Uma insubmissão permanente que faça tremer o capitalismo e o imperialismo.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
JIM
Jim
outra vez o Jim Morrison
a beber ao balcão
sinto-me como tu
e chega o rapaz que não gosta
de revoluções
a beijar toda a gente
Jim
hoje ouvi os putos cantarem
a tua canção
Jim
a dançar no palco
continuas vivo
de longas barbas
e barriga de cerveja
sinto-me como tu
Jim
voltas sempre quando vem a solidão
Jim
a palavra custa a sair
Maio de 68, Vietname, hippies,
beatnicks, surrealistas, situacionistas
velho rocker
tu é que tinhas razão
a insultar os chuis
a desafiar a autoridade
em Miami, New Haven
de micro na mão
Dionisos sempre
PÁTIO
sábado, 17 de maio de 2008
A IMAGINAÇÃO AO PODER
A IMAGINAÇÃO AO PODER
António Pedro Ribeiro
Há 40 anos uma revolta estudantil abalou os alicerces da sociedade capitalista. Grito libertário de estudantes universitários a que, numa segunda fase, se juntou o operariado com ocupações de fábricas e 10 milhões em greve, o Maio de 68 permanece como exemplo de revolução no seio de uma sociedade capitalista desenvolvida. Pretendia-se revolucionar o quotidiano, mudar a vida, colocar a imaginação no poder. Maio de 68 foi também uma revolução feita à margem da burocracia sindical do PCF e do estalinismo, onde a espontaneidade e a autogestão foram práticas correntes. Maio de 68 foi beber aos beatnick, ao movimento hippie, aos situacionistas, a Che Guevara, às revoltas estudantis de Berkeley, de Itália, da Alemanha, à Primavera de Praga, ao Brasil, à contestação à Guerra do Vietname, à música de Woody Guthrie, de Bob Dylan, dos Beatles, dos Doors, dos Stones. Maio de 68 é a negação da vida burguesa. Começou a falhar quando os partidos de esquerda começaram a tomar conta do movimento. Foi o retorno à normalidade. Maio de 68 foi a nova Comuna de Paris, a nova revolução permanente. Sejamos realistas, exijamos o impossível! Maio de 68 é a festa, a revolução pura.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
COMPLETAMENTE INFIEL
quarta-feira, 14 de maio de 2008
terça-feira, 13 de maio de 2008
segunda-feira, 12 de maio de 2008
40 ANOS
sábado, 10 de maio de 2008
Pedro! A Marta morreu!
Pedro, Sabes quem eu sou
sou o demónio que te atormenta
desde 90
quando pensaste que ocupaste o Feira Nova
e ocupaste mesmo
foi a grande acção da tua vida
pEDRO, a Marta morreu!
Pedro, sabes quem eu sou
sou o demónio que te atormenta
desde os anos 90
o demónio que te domina
sempre que vês Jesus na cruz
Oye, eres un tio muy bueno
ouve, pensas que tudo dominas
pero no eres mas que un tio
que bebe unas copas
Deus, eu sei que estás algures
Deus, eu sei que te preocupas
e se estiveres na direcção do Senhor de Matosinhos
muda aqui em qualquer direcção
Sentido direcção Póvoa de Varzim
Eis o Génio Poético
nada mais: o Génio Poético
segunda-feira, 5 de maio de 2008
sábado, 3 de maio de 2008
BALADA DO ROCHA
O vizinho saúda-me entusiasticamente
E pergunta se estou bem
Não é capaz de compreender o meu estado de alma
Mas quem será?
Subimos tão alto
Descemos tão baixo
Que ficamos para além
Leio…só na leitura encontro refúgio
Leio o “Livro do Desassossego”
E as velhas falam de crimes
Só as criaturas vulgares são felizes…
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