quinta-feira, 31 de janeiro de 2008


Todos me falam como se estivéssemos
numa sessão de terapia de grupo
todos me falam de esgotamentos,
de altos e baixos
todos sofrem de doença bipolar
e a loira, ao fundo, ri
e o homem de verde escreve
não sou o único
e os poemas longos afinal
não são os melhores
para quê gastar tantas energias
a escrevê-los se depois
não são seleccionados?
Para quê escrever
se isso não me traz rendimentos?
Para quê passar a tarde no "Piolho"
à espera de quem não vem?
Para quê beber cerveja
se o efeito é passageiro?
Para quê beber mais cerveja
se o efeito continua a ser passageiro?
Para quê ficar e não partir?
Para quê partir e não ficar?
Para quê ser doido entre normais?
Para quê viver?
Para quê acreditar?

Porto, Piolho, 29.1.2008

2 comentários:

Anónimo disse...

piolho? aquele bar por trás dos clérigos? junto aos leões? há que tempos que não vou lá... era fixe!

A. Pedro Ribeiro disse...

sim, é esse o Piolho, Alice.