sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

OBRIGADO, JOANA


Dos Líquidos

Devo dizer com orgulho que ja tive este poeta a dormir (e ressonar) na minha sala (sim, sala) depois de uma magnifica discussão politica, terminada com uma francesinha no Café novo, e que tivemos até de chamar a policia porque esta senhora que vos escreve esqueceu-se das chaves dentro de casa.
O A. Pedro dizia - calma, calma. Devia ser dos efeitos do molho picante das francesinhas...Este poema deu um grande salto, Pedro. Parabéns.


"Um Poeta a Mijar" é o título do novo livro de A. Pedro Ribeiro, publicado pela Corpos Editora. O livro vai ser lançado dia 21 de Dezembro, sexta, pelas 22, 30 horas no bar Real Feytoria, no Porto (à Ribeira). "Um Poeta a Mijar" situa-se entre o surrealismo, o dadá e o beatnick, entre a mulher e os bares, entre o palco e a loucura. "Um Poeta a Mijar" sucede a "Saloon" (Edições Mortas, 2007), "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro" (2006), "Sexo, Noitadas e Rock n' Roll" (2004), "Á Mesa do Homem Só. Estórias" (2001) e a "Gritos. Murmúrios" (1988).


BORBOLETAS


PEDRO RIBEIRO + FERNANDA PEREIRA


Borboletas na Internet disquete cassete sai e mete na Rosete que nos submete e promete ceias de Natal à entrada do centro comercial à saída do Telejornal cacetete tête-à-tête confidencial dá-me a tua morada a tua namorada o teu portal envia-me um postal uma queca no matagal uma mulher fatal e diz aos putos para parar com o cagaçal não me trates mal não me ponhas mole, ó Amaral.
Chiclete na net orgia na retrete revista coquete croquetes amor de trotinete atómica supersónica harmónica filarmónica filantrópica psicotrópica Mónica, volta aos meus braços aos meus cansaços aos meus bagaços aos meus palhaços em pedaços laços estilhaços calhamaços caracóis duquesa de Góis rouxinóis prato de rissóis cachecóis em Cascais aos casais jornais informais ais aias saias sais minerais saque no cais de embarque um traque no Iraque tic-tac xeque-mate Camarate serrote garrote pote pichote Senhora do Ó tende piedade do Tó que anda metido no pó Aniki-bobó às quartas-feiras dentro das eiras dentro das freiras dentro das frieiras na àgua das torneiras no universo dos Pereiras das colmeias e das onomatopeias ah já dá cá cara de amenduá meu xará vem cá saravá em Dakar junto ao mar
recomeçar dar as cartas cavalgar inventar assassinar penar pinar reinar alcatroar albatroz fêmea feroz fêmea atroz fêmea atrás fêmea com gás que leva e traz prazeres em ruínas suíças preguiças tesão que não sobe mulher que fode mulher que pede e escraviza e sodomiza Torre de Pisa rio Tamisa camisa falsa alça alce alface vegetal tribunal Cabral ao comité central ministros no bacanal com o teu soutien acampado na Lousã no comício do Louçã na casca da maçã a anciã masturba-se turva-se lava-se conserva-se foda-se! Latas de sardinhas minhas campainhas picuinhas lingrinhas xoninhas xanax pentax de alcoolemia cloreto de Eufémia mezinhas da Roménia Ofélia à janela Hamlet dentro dela omelete de cabidela cidadela sitiada aguarela sentinela ao relento rebento em movimento sedento sebento sardento sargento lá dentro whisky alento talento.

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