Letra: António Pedro Ribeiro.
Música: Celorico D' Almeida
Patrocínio: Serafim Morcela, lda, casamentos, baptizados e funerais, sempre ao dispor.
O padrinho Aires “apadrinhou” um torneio de Futsal e foi à faca. A estátua do major fascista vai à missa. O Gil Vicente enrabou o Conselho de Justiça. O Valentim e o Madail comem pizza. O Vieira anda a ser perseguido pelo caos. O Governo engoliu o povo. O vereador da Propaganda, Diamantino, é discípulo de Goebbels mas não atinge a coisa por falta de cuca. O varredor varreu a propaganda e ficou com o calhau na mona. Os funcionários permanecem na Câmara. A Câmara controla os funcionários. O controle mexe com os nossos imaginários e dá-nos marijuana. Os legionários incendiaram Roma e bateram uma pívea. A Maria Joana foi beatificada. “Bendito seja aquele que ergue o céu da escuridão”, uivou Allen Gingsberg. Os homens amam o próximo. As mulheres também. Jesus Cristo banhou-se na Avenida dos Banhos. Madalena beijou-lhe os pés. Nietzsche, furibundo, mandou-os dar uma curva. O futebol vagabundo apunhalou o Aires nas costas. O Aires e a madrinha foram ao Casino comer suecas. O Diamante mijou nas cuecas e entrou nos céus. A revolução chega esta noite com os lixeiros. Sócrates e Cavaco reuniram-se no manicómio municipal.
Alucinações…- dizem eles. Mulheres que se vêm no meu cérebro num quarto de hotel de Valença. Quatro noites sem dormir. Dançar até cair com os Cramps e os Bauhaus. O Aires a dançar com o Macedo. O Rocha a comer o Penedo. Boatos sobre boatos. Beatas. Vidros. Mexericos. Liberdade! Morte aos blocos monolíticos e ao grande capital!
Cães a correr, mulheres a gemer. Tambores, flores, borboletas. Paz, amor e irmãs. Aires para Castro Daire! O Diamante está sem intestino. Mulheres em Porto Fino. Dançar até morrer. Valha-nos Satã…
Braga, 1 Set. 2006.
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