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A NOITE MORRE
A noite morre
Aos poucos
No café das conversas
Um aquecedor protege-me do frio
E os homens que bebem pedem rissóis
Ao som de música minimal repetitiva
A noite morre à minha mesa
Enquanto o estalajadeiro conta os trocos
Que caem da máquina do tabaco
Que o Governo quer abolir
A noite morre
Mas ainda há gente que ri
Gente que se cruza e encontra e desencontra
E "freaks" a entoar cânticos futebolísticos
Ah! E depois sou eu que sou esquizofrénico
Sou eu o doido
Fechado no manicómio
No meu condomínio fechado
E a noite morre na cidade.
Vila do Conde, 14. Fev. 2004.
A. Pedro Ribeiro
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