sábado, 10 de fevereiro de 2007
AO MEU PAI, ANTÓNIO (DO RUI LAGE)
O sol cresce a cada passo
na rua principal,
curva de pássarosna estrada do céu,
silêncio só perturbado pelos sapatos na gravilha,
cabeças de animais a ruminar nos baldios,
húmidos seus olhos ao ver-nos passar
de fatos que encontramportões de cemitério.
A terra tem fome, amigo,
a terra tem sempre fome:entreguemos-lhe o corpos
em mais pranto ou demoras
(pois já vão sendo horasde pensar no almoço).
Para o Pai do António Pedro Ribeiro (António Ribeiro da Silva)
Texto: Rui Lage
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