quinta-feira, 9 de novembro de 2006

UM CROFT EM LISBOA

Ao Changuito

um croft em Lisboa
voa voa
chuva chuva molha molha
até à hora de partir

um croft em Lisboa
dá-lhe dá~lha até partir
sempre o hino sempre o hino
a fazer o pino
nos colhões do Camões
que até nem tem culpa
do que faz dar o cu pela Pátria
ou a Pátria pelo cu

sei que vou subir
não tarda nada
a arder na garganta
na alma em transe
dança dança
até partir

como em 95 em Braga
cara feia
desfeita na tv

sou o que sou
sou o que me dão
o que me resta
não há cura
nem redenção

sou o homem que despeja
a cerveja
e se refaz
noite feita
mulher feita
minha irmã
Maldoror,
meu amor,
Satã na cortesã.

A. Pedro Ribeiro, Lisboa, 24.Out.2006, antes da "Barraca".

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