terça-feira, 28 de novembro de 2006

Rui Lage, Mário Pinto, o PÚBLICO e Nietzsche

Ao Rui Lage,


OfantasmadeNietzscheaparecenomeuquartoefala.doc (0.03 MB)
É assim mesmo, Pedro, e para provar a minha total concordância e empatia com a tua irritação, envio-te em anexo um poema do meu último livro (o qual já saiu da gráfica e será distribuído em inícios do próximo mês), poema esse intitulado, nem de propósito, "O fantasma de Nietzsche aparece no meu quarto e fala". De resto, o que é que estavas à espera do PÚBLICO? É o nosso jornal "neo-con"... Grande abraço, Rui L On 11/23/06, Pedro Ribeiro <apedroribeiro@hotmail.com> wrote:


Ex.mo Sr. Director do "PÚBLICO": O professor Mário Pinto, católico assumido, teceu, num artigo intitulado "Mas queremos mesmo valores", publicado no PÚBLICO de 20/11, considerações acerca de uma intervenção do professor Eduardo Lourenço acerca do filósofo e poeta F. Nietzsche no âmbito de uma conferência subordinada ao tema "Que valores para este tempo". Que Mário Pinto discorde da filosofia de Nietzsche nada de mais natural, uma vez que o filósofo alemão sempre combateu as doutrinas da Igreja Católica e do cristianismo que com a divinização do Céu, do Além e de um suposto Deus depreciam a vida terrena e convidam ao sacrifício, à resignação, à castração dos sentidos, ao tédio, à morte em vida, à repressão da vontade. Mas só quem nunca leu "Assim Falava Zaratustra", "A Origem da Tragédia" ou "Para Além do Bem e do Mal" é que pode cometer a imbecilidade e a injustiça de associar o mais genial dos filósofos ao nazismo. Nietzsche detestava a Pátria, o Estado, a mentalidade racionalista/materialista alemã, a polícia, o exército,. a autoridade, a ordem, a moral. Nietzsche amava a liberdade e a vida plena, estava para além do bem e do mal. O "Super-Homem" não é mais do que a superação do homem, que assim mata o Deus que há em si. O "Super-Homem" tem a ver com o espírito livre, com o artista-criador que já não tem preconceitos. Nietzsche está vivo, mais do que nunca, as suas profecias libertárias e dionisíacas andam por aí à solta. Quanto a Deus, M. Pinto e amigos que cuidem bem dele porque se não morreu, está gravemente doente, à imagem e semelhança do seu camarada Alá. António Pedro Ribeiro.

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