sábado, 9 de setembro de 2006

guerrilha

DA REVOLUÇÃO

António Pedro Ribeiro

Os bloguistas capitalistas "Kontratempos", "Tugir", "Canhoto" e "Causa Nossa" foram à Festa do Avante a mando da CIA e acusam as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) de serem uma organização terrorista. As FARC não são uma organização terrorista, mesmo que não concordemos com alguns dos seus métodos. As FARC há mais de 40 anos que combatem, com um vasto apoio popular senão não sobreviriam, as instituições capitalistas e financeiras da Colômbia e, nos últimos anos, o regime cristão-mafioso-fascista do Presidente Alvaro Uribe. As FARC são um grupo guerrilheiro revolucionário, com 17 000 elementos, que quer instaurar no país uma sociedade sem classes, um regime marxista. As FARC, tal como o Exército de Libertação Nacional (ELN), de inspiração guevarista, não alinham nas patranhas islamistas de Bin Laden nem em qualquer messianismo religioso. Aliás, o próprio Karl Marx já dizia que a religião é o ópio do povo.
Os revolucionários do ELN ou das FARC não andam na selva ou na montanha em busca do lucro, do sucesso ou da ascensão social. Os guerrilheiros revolucionários não se batem por questões pessoais, lutam contra a exploração e contra a miséria do povo. Os revolucionários dão a vida pela revolução, não andam a fazer pela vidinha. Os revolucionários profissionais não querem saber de patacoadas mediáticas, de Floribellas ou de bloguistas frustrados. Os revolucuionários não são do Belenenses, do Gil Vicente, do Madail ou do Valentim. Os revolucionários não querem saber de boatos, intrigas ou mexericos pequeno-burgueses. Bush e Bin Laden não mandam nos revolucionários. Os revolucionários só aparecem nas notícias de cinco linhas dos jornais ou nos três segundos dos telejornais (quando aparecem...). O papel dos revolucionários é fazer a revolução. E ela vem.

6 comentários:

AF disse...
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AF disse...

O bloguista vai avante e acusa as FARC e a CIA de fazerem a festa terroristo-capitalista.

É já desde o início dos tempos que as FARC combatem, estorquindo vastos apoios aos populares. Assim sobrevivem, à semelhança do que acontece com as demais instituições criminosas, capitalistas e financeiras, da Colômbia e de muitas outras partes.

As FARC são, naturalmente, uma organização terrorista: por isso os revolucionários se tentam em concordar com os seus métodos, como até jovens sensíveis se deixaram já tentar pelo belo couro negro.

Mas - dizem-nos - as FARC, como todos os inspirados exércitos de libertação nacional (que belos oximoros), não alinham nas patranhas religiosas de outros, antes querem instaurar uma sociedade sem classes ou um regime marxista (conforme o que for possível, supõe-se).
Ou seja, as FARC alinham pelas suas próprias patranhas messiânicas (sem demasiada originalidade, porque a revolução já deu mais do que dá hoje e sempre fica mais barato fotocopiar). Mas, se já Marx dizia que a religião é o ópio do povo, descobriu-se logo depois que a revolução é a respectiva cocaína (e que o ópio, afinal, é pouco mais que uma pobre heroína; a marca 'Marx', essa, foi registada recentemente como 'A maconha do povo').

As FARC são, naturalmente, um bando de canalhas sanguinários (com muito mais de 17 mil elementos), passeando pela selva a sonhar com as montanhas de Aspen, em busca de cash, títulos convertíveis, bilhetes de lotaria premiados, ouro roubado ou qualquer outro meio de ocupar uma vivenda de luxo à qual possam rapidamente mudar a fechadura.

Claro que, como todos os ditadores, governantes populares e demais canalhas sanguinários, os guerrilheiros revolucionários nunca confessam que se batem verdadeiramente por questões pessoais. Não, ao contrário do comum dos mortais que dizem defender, aqueles não lutam pelo pão do dia-a-dia. Antes - e de forma abnegada - lutam contra a exploração e miséria do povo.

Naturalmente, o mais das vezes, é a vidinha dos outros que os revolucionários dão pela revolução. O mais das vezes, os outros não querem que a sua vidinha seja dada pela revolução. Na verdade, o mais das vezes, os outros não querem a revolução.
Porque o mais dos outros sabe que a revolução é, o mais das vezes, uma troca de canalhas sanguinários, de bocas grandes, transbordantes.

Na verdade, os revolucionários não são do Belenenses, do Gil Vicente, do Madaíl ou do Valentim. Não, os revolucionários são o Belenenses, o Gil Vicente, o Madaíl e o Valentim, lançando boatos, intrigas e mexericos por quererem ser grandes burgueses.

Todos esses revolucionários profissionais (que categoria deliciosa, merecedora de imediato registo no código oficial das profissões), por oposição aos amadores, só querem saber de media e fotografias; constroem as suas novelas com violência sobre os outros, frustam bloguistas e demais cidadãos, a quem colhem a popularidade e as vidas.

Bush e Bin Laden, apesar deste bem pior que o primeiro, são revolucionários da pior espécie (i.e., canalhas sanguinários) e, como os demais do grupo, gostavam era de ser o Bechkam e de saltar na Spice. Mas, enquanto só aparecem nas notícias de cinco linhas dos jornais, continuam a encher as mãos de sangue, tentando ocupar mais tempo na Tv.

Pois; o papel dos revolucionários, tal como os conhecemos, têm sido o de destruir a revolução.
Os revolucionários juntam-se à grande mesa (dos canalhas sanguinários), bebem copos com todos os ditadores, pensam na próxima mansão a ocupar em nome do povo e nas poucas vidinhas deste que custaria melhorar o mundo (o que se resumiria, naturalmente, a tê-los como substitutos dos anteriores canalhas sanguinários).

Mas, como um dia é da caça e o outro do caçador, partilham todos ainda mais um whisky roubado e, vestidos só com lingerie feminina de mau gosto, saúdam a p*** da revolução, unidos em doce centrão.

A. Pedro Ribeiro disse...

caro af,
sou revolucionário e não sou canalha. Continuarei a ser revolucionário apesar dos canalhas e da vidinha do tédio que os filhos da puta capitalistas, do Bush, do Bin Laden e do Sócrates. Sou guevarista-zapatista-anarquista até à morte e não quero saber de provocações baratas porque já apanhei patadas que cheguem! MORTE AO CAPITALISMO E À SOCIEDADE DE CONSUMO!
António Pedro Ribeiro, revolucionário e canalha para o capital.

AF disse...

Boa :)
Mas eu já sabia que APedroRibeiro não era um canalha sanguinário!
Não era essa a provocação - barata ou não :)

Quanto à sociedade de consumo, vamos partilhando um desdém saudável. Embora agradecendo alguns dos seus frutos, como esta blogosfera gratuita (pelo menos na aparência).

MR disse...

O que eu acho piada é que estes burgueses como o AF, que vivem com o cu cheio, não sabem nem querem saber da miséria que vai pelo mundo, mas assim que lhes cheira a comunistas ou coisas do género, tornam-se os maiores benfeitores... Tenham vergonha!
Obrigado APEDRORIBEIRO, junta-te ao movimento em abruzolhos.blogspot.com

AF disse...

Meu caro general (e não parece a palavra estranhamente adequada?), sempre me assustou, quer em burgueses rotundos, quer em revolucionários militantes, ver faltar a tolerância que tanto apregoam.
E vá lá que o burguês, receoso das suas fortunas, ainda hesita antes de pressionar gatilhos, o que é menos do que se pode dizer do revolucionário, se calha ser um canalha sanguinário...
Vá lá, um pouco de humor, não nos levemos tão a sério (e - é pena que me sinta precisar desta nota explicativa - sem com isso querer dizer que este assunto não é importante).