domingo, 11 de dezembro de 2005

Poesia

Poesia nao e uma medalha para por no peito dos tiranos mas uma imensa solidao feita de pedras, onde o despotismo pode encomendar o ataude. Cada um de nos odeia o que ama. Por isso o poeta nao ama a poesia que e so desespero e solidao mas acalenta ao peito as formigas da revolta e da rebeldia, que todos os despotas querem submissas e procriadoras. So os voluntarios da miseria e da submissao patriarcal querem a poesia na arca da aliança com a tradiçao pacovia e regionalista dos preteritos dias, glorias patrioteiras, heroicidades frustes, pirataria iguara. Todo o verdadeiro poeta despreza o pequeno monte de esterco onde o dejectaram no planeta e a que os outros chamam Patria, e so ama os grandes continentes, mares e oceanos da liberdade e do amor. So nos vastos espaços incriados da poesia serve o seu destino- catapultar o Homem nos abismos do desejo incontrolado onde o proximo assassino de que falo e o grande amplexo de homem para homem, a solidariedade e a ternura, nao a caridade hipocrita ou a cama de familia, com todo o seu pequeno cortejo de horrores, onde a exploraçao do filho pelo pai dita a sua lei.
(Pedro Oom, in Utopia nº 20/2005)

Sem comentários: