quarta-feira, 24 de agosto de 2005

o poeta libertino passeia-se por braga-2

é bom morrer em braga-diz o cartaz
talvez por isso eu esteja aqui
a morrer e a renascer várias vezes
na "brasileira" à mesa dos papéis
e o blog que não bloga
e a empregada de mesa sorridente
e a clientela que envelhece
ando com falta de speed na tola
ao balcão os empregados conferenciam
sobre o tempo que faz e os tempos que passam
estou doido e não sirvo para o mundo!
estou doido e crio mundos
estou doido e assim quero ficar
morte ao mundo e aos seus criadores!
morte ao poeta e aos seus tumores!
ela comprou um jaguar-diz o ancião.
ela comprou um avião-diz o caviar.
ela perdeu o telemóvel e morreu ao terceiro dia
ela...
na minha cidade
parece um tanto ou quanto surrealista.

A. Pedro Ribeiro
Braga, "A Brasileira", 18.8.2005.

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