Nietzsche (...) surge na filosofia alemã como os flibusteiros no final do século XVI irrompem pelo mundo hispânico, uma turba de desesperados indomáveis, temerários, sem pátria, sem rei, sem lar. Como eles, o que conquista não é para aumentar um pecúlio pessoal ou para deixar aos filhos, não se destina a ser entregue nem a Deus nem ao monarca; o prazer da conquista é o seu único objectivo, pois que nada pretende possuir em definitivo. A única coisa que lhe dá verdadeiramente prazer, a ele cuja paixão é ser o desmancha-prazeres de toda a quietude cinzenta, de todo o conforto mesquinho, é destruir a paz de espírito dos homens, o sossego seguro e passivamente desfrutante (...).
(Stefan Zweig, "O Combate com o Demónio")
quarta-feira, 17 de agosto de 2005
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3 comentários:
O grande embate entre APedroRibeiro e Manuel Alegre
O poeta pega nas telas e vagueia.
Outro poeta pega nos talheres e candidata-se.
O poeta passeia a cidade e muda de cidade e quer mudar a cidade.
É por querer mudar a cidade que vagueia pela cidade.
É para mudar a cidade, um pouco, que vagueia. Que erra.
Erra para puder mudar. Muda para deixar de errar. Ou mudar de erro.
O poeta candidata-se melhor.
Melhor do que o outro poeta.
Há excessos dos poetas a candidatos e faltas dos candidatos a poetas.
Não, na verdade, há é excesso de candidatos poetas e de poetas candidatos. E poetas. E candidatos.
Dizia-se, diz-se melhor, o poeta foi candidatado.
O outro poeta também, mas pior.
Não se sabe do destino do poeta.
O destino do outro poeta é sabido.
O poeta vai continuar a pegar nas telas e vaguear. Telas como panos como velas puxarão o errante poeta.
O outro poeta vai errar à sua maneira.
O poeta poderá mesmo apoiar o outro poeta. Mas ainda não está decidido.
sim, caro af, o poeta poderá apoiar o outro poeta se ele avançar contra o partido do poeta. Ainda assim, o poeta ainda pondera avançar sem o outro poeta e talvez jantem juntos. Obrigado. Um abraço,
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