Em todos os países avançados patrões, altos funcionários internacionais, intelectuais de projecção nos media e jornalistas do top estão de acordo em falar uma estranha novilíngua cujo vocabulário, aparentemente sem origem, circula por todas as bocas: "globalização", "flexibilidade", "governabilidade" e "empregabilidade", "underclass" e "exclusão", "nova economia" e "tolerância zero", "comunitarismo", "multiculturalismo" e os seus primos "pós-modernos", "etnicidade", "minoridade", "fragmentação", etc.
A difusão dessa nova vulgata planetária- da qual se encontram notavelmente ausentes "capitalismo", "classe", "exploração", "dominação", "desigualdade" e tantos outros vocábulos decisivamente revogados sob pretexto de obsolência ou de uma presumível falta de pertinência- é produto de um imperialismo apropriadamente simbólico.
(Pierre Bordieu)
quarta-feira, 13 de julho de 2005
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