COMUNICADO
Os irmãos reunidos em conclave decidiram transformar o anarquismo luso. O nosso programa aponta para uma cada vez maior radicalização de atitudes.
1. Actuem conscientes de que o racismo psiquíco veio substituir a discriminação aberta e é hoje um dos aspectos mais repugnantes da sociedade.
3. O movimento anti-trabalho ou "trabalho zero" é fundamental, incluindo o ataque radical e violento contra a educação e servidão das crianças.
4. Substituam as tácticas caducas da publicação/propaganda pela pornografia e pelo entretenimento popular enquanto veículos de uma reeducação radical.
5. Na música, a hegemonia do compasso 2/4 e 4/4 tem de ser combatida. Precisamos de uma nova música, totalmente disparatada. No entanto, confirmadora de vida. Potente, mas ritmicamente subtil. O mesmo combate deverá ser dirigido aos "performers" auto-flageradores. Morte à arte da mutilação! Viva a arte portadora de vida e de liberdade! Necessitamos de uma nova estética, já!
6. (...) Os "estados mais elevados de consciência" não são meros fantasmas inventados por sacerdotes malvados. O oriente, o oculto, as culturas tribais, possuem técnicas que podem ser assimiladas de maneira verdadeiramente anarquista. (...) Necessitamos de um tipo prático de "anarquismo místico", isento de toda a merda pseudo-filosófica e do deslumbramento do "New Age". Inexoravelmente herético e anticlerical. Ávido de todas as novas tecnologias de consciência e metanóia, uma democratização do xamanismo, ébria e serena.
7. (...) Chegou o momento da reafirmação explosiva do Eros Poliformo, de uma glorificação literal dos sentidos- queremos uma doutrina do gozo. Abandonemos a vergonha e todo o ódio pelo mundo.
8. Ensaiemos novas tácticas para ocuparmos a caduca mentalidade de "esquerdas". Enfatizemos os benefícios práticos, materiais e pessoais na criação de redes radicais. Os tempos não são propícios para a violência ou combatividade (directa), mas com toda a certeza a sabotagem e a imaginação têm sempre lugar cativo no "espectáculo". Trama e conspira, não te acomodes nem te lamentes!...O mundo da arte, em particular, merece uma boa dose de "terrorismo poético".
in UTOPIA, Revista Anarquista de Cultura e Intervenção, nº 19/2005
http://www.utopia.pt
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Grande texto, ó Ribeiro. Esta revista ainda se publica?
Publica, ó Amaral. Arranjas na livraria Utopia.
Enviar um comentário