O génio do coração, como o possui aquele grande desconhecido, o deus tentador, o caçador de ratas de consciência, cuja voz sabe descer até ao mundo subterrâneo de cada alma sem pronunciar uma palavra nem lançar um pensamento sedutor, em que o saber atrair faz parte da sua mestria, integrando nesta não a ciência, mas aquilo que para aqueles que o seguem é mais uma persuasão para se aproximar dele, para o seguir cada vez mais completamente, mais intimamente...(...)
O génio do coração de cujo contacto todos se afastam mais ricos, não favorecidos e surpreendidos, não como abençoados e oprimidos com os bens dos outros, mas mais ricos em si, mais novos do que antes e libertos, enquanto um vento de degelo sopra sobre eles e surpreende o mais secreto deles, porventura mais incerto, mais enternecedoramente frágil e abalado, mas cheio de esperanças ainda sem nome, cheios de nova vontade e corrente, cheios de novas más vontades e contracorrentes...
Friedrich Nietzsche, "Ecce Homo".
Em palco.
segunda-feira, 30 de maio de 2005
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