terça-feira, 5 de dezembro de 2017
PARA A ETERNIDADE
É impressionante. Há pessoas que têm uma mentalidade exclusivamente comercialista. É evidente que conheço comerciantes que são óptimas pessoas, de bom coração, generosas. Mas há realmente pessoas mesquinhas, más, sem salvação. Do muito que vivi até hoje em Braga, no Porto, na Trofa, em Vilar do Pinheiro, em Lisboa, na Póvoa, em Vila do Conde, etc das patadas que levei mas também das festas, dos abraços, dos amores, da Luz que vi condeno esses macacos, os grandes e os pequenos. No fundo, sou um gajo porreiro, um tipo sincero, mas aprendi a ser sacana, nem que seja 2000 anos depois. Por isso trago a paz mas também a espada. Já fui candidato a vários cargos. Só fui eleito no JUP e na Faculdade de Letras. De resto, ainda bem que não fui eleito. Seria como o Fidel, que admiro. Mas não sou comunista. Sou anarquista. Bakuninista. Quero demolir o Poder. Contudo, para tal, paradoxalmente, preciso de poder. E não chega o Poder da Palavra. Mas, hoje, 4 de dezembro de 2017, sinto poderes. Estranhos poderes. Um misto de amor e ódio, de céu e inferno. E ainda é cedo. Muito cedo. Estamos no princípio do mundo. No Princípio do Mundo. AH!AH! Danço contigo, Goreti, no Deslize, no Juno, no V5. Danço contigo, Zaratustra. E bebo. Porque não tenho travões, porque sou louco, o mais louco dos poetas. E danço. E canto. E sou alegre como tu, Nietzsche, como tu, Walt Whitman. E estou na estrada larga. E estou com os meus amigos e amigas. E celebro. E sou Dionisos com as bacantes. E ainda é cedo. Muito cedo. Tenho muito tempo. Eternidades. Pai. Mãe. Nasço hoje. Outra vez.
terça-feira, 7 de novembro de 2017
DOS LIVROS E DA LEITURA
Nada substitui a leitura. A leitura de livros, sobretudo aqueles que nos empolgam, enriquece-nos imenso, agiliza-nos o raciocínio, torna-nos mais leves, liberta-nos. A leitura exige concentração e não nos aprisiona ao ecrã, não nos aliena como a televisão. Podemos parar, abrandar ou avançar o ritmo, é todo um mundo que se abre. Pobres daqueles que não lêem.
domingo, 5 de novembro de 2017
POETA INCENDIÁRIO
Poeta incendiário, é o que já me chamam. De facto, tanto no palco, como na escrita, tenho provocado ao máximo. Não sou, nunca fui, um versejador da corte. Canto. Grito. Recito. Escrevo com o meu próprio sangue. E isso incomoda os próprios budistas, os pacifistas, como a Flor. Não trouxe a paz, mas a espada. Poeta negro, vim combater os moedeiros e atormentar as vacas que pastam. Não, não me peçam rezas, orações, meditações. Eu celebro com vinho. Eu bebo do cálice. "Meditativos", não julgueis que eu não olho para dentro. Eu assisto à luta dos meus demónios com os meus fantasmas, eu vejo os meus anjos e serafins. Não atiro é o peso do mundo contra mim próprio. Não fui eu que criei o capitalismo. É a sociedade mercantil que devo combater, não eu próprio. Eu já me curei e já compreendi o homem.
quinta-feira, 2 de novembro de 2017
MORTE AOS POLÍCIAS!
Quero a noite. Não quero horas. Quero ir de bar em bar, de tasca em tasca. Como tu Jim, como tu Bukowski, como tu Dionisos. A vida é para ser plenamente vivida. Não pastada, não agrilhoada. Não quero morrer!, como declarei no "Ébrio 29", aos 20 anos, em Braga. Quero agarrar a Vida. Quero o experimento permanente. O grande banquete. Vivo, espalho as palavras. O sangue. O esperma. Todo eu sou foguetão, locomotiva. Perfuro a mente e a menina. Nascem sóis, luas. Sou Rimbaud, Baudelaire. Cocas mil. Morte aos padres!| Morte aos polícias! O divino marquês passeia-se na confeitaria.
domingo, 29 de outubro de 2017
COMO LUIZ PACHECO
Tenho as minhas afinidades com Luiz Pacheco. Sou um poeta maldito, tenho problemas com o álcool, já dormi em bancos de jardim. Sou mais burguês, é certo. No entanto, também conquistei a liberdade e abandonei os empregos certos. O padre Mário de Oliveira publica-me no "Fraternizar", publico livros, canto numa banda, recito poemas. Sou diferente desta gente que me rodeia. Não faço parte de rebanhos nem sirvo o capital. Acredito que a grande revolução está próxima. Até porque isto está a ficar em cacos mesmo que esta gente não dê por nada.
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
OS ESCRAVOS MODERNOS
Os escravos modernos obedecem e não questionam, não querem saber. Até ficam felizes em agradar ao patrão. Tens razão, Isabel. Nem sequer querem pensar pois têm alguém que pensa por eles. Por conseguinte, não querem saber de filosofias, nem das coisas da alma, realmente essenciais. No fundo, vivem cheios de medo, raramente se soltam, executam trabalhos alienantes, estupidificantes, trabalham para o deus-dinheiro que os controla, a vida passa-lhes ao lado. São escravos a tempo inteiro, mesmo no lazer. Transformam-se em mercadorias, que se compram e se vendem no mercado. Andam em manadas. É a seu espírito obediente que permite que um punhado de imbecis controle o poder. São eles os culpados.
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
PAZ PODRE
As pessoas conversam. Falam das suas coisas, de coisas simples. Não falam de Platão nem de Nietzsche. Mas existem. Estão no mundo. Têm o direito de estar, por muito que as critiquemos. Trabalham para se sustentarem, para alimentarem a prole. Tudo muito elementar, tudo muito natural. Deixam-se levar pelas "novidades", pelas inovações tecnológicas sem questionar. Às vezes barafustam contra os políticos mas sem efeitos práticos. Enfim, estão aqui na Terra. Existem. Permanecem cá uns anos. Normalmente só deixam rasto para os seus. Têm medo, competem, aceitam as hierarquias. Normalmente dizem que está tudo bem. Mas não está. Estão doentes. De vez em quando vão a umas festas mas sempre a medo, sempre dentro dos trilhos. A celebração dionisíaca é só para alguns. Os outros seguem na fila, ordeiros. Querem paz, sossego, conforto. Paz podre. Paz mercantil. Morte.
sábado, 26 de agosto de 2017
ESTRELA DO ROCK N' ROLL
Quem és tu, estrela do rock n' roll?
Quem és tu, meu desvairado, minha puta?
Gozas, curtes, e afinal nada te satisfaz?
Não ligas ao caralho do dinheiro
e as gajas ainda gozam contigo,
olha, que porra, se és rei, se és divino,
se aprendeste com Platão?
No entanto, a gaja de ontem
era qualquer coisa de diferente,
"até amanhã, se Deus quiser..."
se Deus quiser,
é um sinal,
pelo menos não chegas a casa bêbado
não incomodas a tua mãe
estás a estoirar demasiado dinheiro
é o que é
as gajas atraem-te
põem-te louco.
Quem és tu, meu desvairado, minha puta?
Gozas, curtes, e afinal nada te satisfaz?
Não ligas ao caralho do dinheiro
e as gajas ainda gozam contigo,
olha, que porra, se és rei, se és divino,
se aprendeste com Platão?
No entanto, a gaja de ontem
era qualquer coisa de diferente,
"até amanhã, se Deus quiser..."
se Deus quiser,
é um sinal,
pelo menos não chegas a casa bêbado
não incomodas a tua mãe
estás a estoirar demasiado dinheiro
é o que é
as gajas atraem-te
põem-te louco.
segunda-feira, 21 de agosto de 2017
REGRESSO À POLIS
Ás vezes sou um pouco arrogante, falta-me um pouco de humildade no debate político. Mas tal também é uma forma de defesa. São muitas lutas desde a faculdade e não admito estar às ordens de ninguém. Aliás, no meu percurso nunca segui a linha dominante nem nunca andei atrás do tacho. Confesso que em determinada fase da minha vida demarquei a política do resto da vida e não fui capaz de ter uma visão mais global. Agora, aos 49 anos, regresso à polis, à construção da cidade enquanto vida, poesia e diálogo filosófico, enquanto amor, liberdade e revolução vivida. Regresso à natureza, à ecologia porque o planeta está em perigo. Regresso à ideia e ao ideal porque nos tentam fazer a cabeça todos os dias e regresso ao combate porque é absolutamente insuportável que tenham transformado a vida numa corrida onde uns se atropelam aos outros pelo emprego, pelo dinheiro, pela carreira.
sexta-feira, 28 de julho de 2017
O SUPER-HOMEM
Um café para estimular o espírito. Aqui no "Arte", mesmo ao lado do liceu Alberto Sampaio, onde fiz o meu 12º ano. Ontem no "Reticências" encontrei o Paulo Bonito, o outrora promissor artista. Está completamente encharcado de medicamentos, mal sai de casa, às vezes mal se percebe o que diz. É o que esta sociedade mercantil faz a algumas das suas almas mais brilhantes, enquanto essas peruas se pavoneiam nas passerelles mediáticas. Felizmente, o meu espírito está vivo e bem vivo, pronto para enfrentar os chacais. Em termos físicos é que já são visíveis algumas limitações: tremuras, dificuldades nos movimentos, etc. Enfim, já são quase 50. De qualquer modo, o que fazemos aqui, se o corpo é finito e o espírito é infinito, insaciável? Onde nos leva a grande viagem? Mais rica será em contacto com a natureza. As pessoas pequenas temem a grande viagem, a viagem ao fim da noite. Não aprofundam. Não exercitam a sua mente ao máximo. Não explodem. Estão sempre castradas, contidas, ou então presas ao circo. O seu riso, os seus beijos, as suas palmas são forçados, condicionados pelo grande circo dos media e do capital. Putedo. Compra e venda. Podridão. Destruir tudo quanto é belo, justo, sábio, virtuoso. Destruir o Paraíso, a Criação. Destruir a Vida, a Vida Sagrada. Não! Não permitiremos mais! Embarcaremos na grande viagem, abriremos as portas. O Super-Homem nascerá e derrubará de vez o Império.
domingo, 9 de julho de 2017
CEGOS GOVERNADOS POR IMBECIS
Voltaire é um defensor incansável da liberdade de opinião, não só a nível religioso, mas também da liberdade em geral, pura, autêntica. Para o filósofo francês, tudo quanto é forçado é prejudicial e malévolo. É execrável tudo quanto se quer atrair pela força, pela prisão, pelos castigos, em vez de se utilizar a razão. Devemos aconselhar e não forçar, diz São Bernardo. Aí está uma postura que também é pedagógica, própria de Agostinho da Silva, própria dos homens livres. As crianças devem brincar livremente, dar largas à sua curiosidade, criatividade e imaginação, no sentido de virem a ser seres únicos e espíritos livres para que não assistamos à castração que para aí anda com esses papagaios na televisão, com esses macacos a facturar, com esses generais a dar ordens. Esta tarde, no café da Vera, faço a síntese. Imbecis, somos governados por imbecis, somos cegos governados por imbecis, já dizia Shakespeare. É só uma questão de partir a loiça e quebrar o feitiço. Como em Hamburgo. Quem são esses primatas? Trump? Putin? Merkel? May? Macron? Quem manda neles? Porra, até dá vontade de rir. Se usarmos o nosso cérebro, o nosso amor, a nossa liberdade somos tão poderosos...Deus meu, tão poderosos, superiores a eles...
quinta-feira, 29 de junho de 2017
DO DINHEIRO
"O dinheiro é a essência genérica alienada do homem."
(Karl Marx, "Manuscrito de 44")
(Karl Marx, "Manuscrito de 44")
O dinheiro está na base da alienação do homem. O dinheiro destrói o homem. Torna-o ganancioso, mesquinho, vendilhão, merceeiro. O dinheiro destrói as relações humanas. Destrói o amor, destrói a criação, destrói a sensibilidade. É preciso acabar com o dinheiro. O dinheiro e o poder comandam tudo. Controlam as nossas vidas, as nossas mentes. Dividem-nos em ricos e pobres. Em milionários e miseráveis. Em poderosos e escravos. Em servos e senhores. É preciso acabar com o dinheiro. O quanto antes. Se queremos ser realmente livres, realmente felizes. Se queremos que o nosso interior, que a nossa alma se una ao amor, ao outro, ao cosmos. Se queremos nascer de novo. Se somos de Jesus.
sábado, 17 de junho de 2017
JESUS
Há noites que valem por mil anos. Os vultos que vêm ter contigo, que te oferecem cervejas, que te beijam na testa, que te falam no poema como se fosses Jesus. Os vultos demoníacos que ameaçam Madalena, que tu empurras para longe, os palhaços que aparecem no filme que nada percebem, que dançam, que bebem. E depois chegas à terrinha e nada se passa, é só golos e tolos e altas temperaturas, como se fosses realmente Jesus ou alguém verdadeiramente poderoso mesmo que, paradoxalmente, ontem te sentisses fraco. É verdadeiramente o caos, o fim do império e os pequenos entretêm-se com guerrilhas futebolísticas. Enquanto tu reinas. Tu reinas, verdadeiramente reinas, e estás em fogo. O Carnaval, por hoje, terminou.
quarta-feira, 14 de junho de 2017
A REVOLUÇÃO DO AMOR E DA POESIA
Eles, sempre os mesmos,
têm-nos feito a cabeça ao longo dos séculos. E nós caímos no erro de só falar a
linguagem dos números e da economia, esquecendo o amor e a poesia. Antes de
mais, somos reis de nós próprios, não precisamos de representantes que tomem
decisões por nós. Não podemos admitir que pensem pela nossa cabeça, somos
livres de pensar, de opinar, de filosofar. Eles- grandes corporações,
banqueiros, políticos influentes, grandes media- querem fundar um governo
mundial onde não teremos qualquer capacidade de intervenção, onde seremos
escravos e robôs. É através da tomada de consciência em grande escala, da
revolução bakuninista, mas também através do amor e da poesia que nos
salvaremos a nós próprios e ao planeta. O amor de Jesus une as pessoas e a
poesia transforma. Daí nascerá o novo homem.
segunda-feira, 5 de junho de 2017
POR UMA NOVA ESCOLA
É necessária uma nova escola. Uma escola guiada pela liberdade, onde a competição é substituída pela cooperação, ou seja, as notas e distinções são substituídas pelo livre estudo cooperativo e pelo trabalho em comunidade.
É necessária uma escola que, como afirma António Sérgio, ao contrário da actual, ensina o Homem e a Sociedade. A escola actual esquece a maneira de tratarmos com o nosso semelhante, "de conhecê-lo, de observá-lo, de melhorá-lo", e de nos observarmos e melhorarmos a nós próprios. Elucidemos os jovens sobre os defeitos da organização social actual; sobre os problemas que levanta; sobre quais as maneiras de tornar a sociedade mais justa; sobre quais os perigos, as dificuldades e as traições que os esperam. Mostremos a todos o grande erro do Ocidente: "o de esquecer a ideia da verdadeira Cultura", no seu entusiasmo irreflectido pela tecnologia. Na velha escola não se aprende a vida, nem a sociedade, nem o espírito, nem a "elevação à universalidade do bem". O que importa é possibilitar a todos uma vida plena de criação. O que importa é que todos desenvolvam livremente as suas potencialidades.
É necessária uma escola que, como afirma António Sérgio, ao contrário da actual, ensina o Homem e a Sociedade. A escola actual esquece a maneira de tratarmos com o nosso semelhante, "de conhecê-lo, de observá-lo, de melhorá-lo", e de nos observarmos e melhorarmos a nós próprios. Elucidemos os jovens sobre os defeitos da organização social actual; sobre os problemas que levanta; sobre quais as maneiras de tornar a sociedade mais justa; sobre quais os perigos, as dificuldades e as traições que os esperam. Mostremos a todos o grande erro do Ocidente: "o de esquecer a ideia da verdadeira Cultura", no seu entusiasmo irreflectido pela tecnologia. Na velha escola não se aprende a vida, nem a sociedade, nem o espírito, nem a "elevação à universalidade do bem". O que importa é possibilitar a todos uma vida plena de criação. O que importa é que todos desenvolvam livremente as suas potencialidades.
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