sábado, 25 de junho de 2016
A UNIÃO EUROPEIA ACABOU
A União Europeia acabou. A votação do valoroso povo inglês e galês, digna do rei Artur e dos cavaleiros da Távola Redonda, no sentido da saída da UE deu a estocada final numa Europa que, ao fim e ao cabo, nunca foi unida, a não ser em termos de interesses financeiros, dos "investidores", dos especuladores e do imperialismo alemão. A Europa dos burocratas de Bruxelas, de Merkel, de Durão Barroso, de Juncker foi claramente derrotada. Nunca foi um projecto político nem cultural nem social. Serviu apenas para pôr países como Portugal ou a Grécia de joelhos, à mercê do comité central. É bom que fique em cacos. Para que um dia se edifique uma verdadeira União Europeia, uma verdadeira União Mundial, socialista, anarquista, sem fronteiras, sem Estados, sem patrões, de homens livres e criadores.
quarta-feira, 22 de junho de 2016
O CAMINHO PARA A GRANDEZA
Agora, sim, sigo o meu caminho para a grandeza. Cume e abismo estão reunidos num só. Afastei-me da multidão e do partido. Procuro o impossível. Abraço o amor e alguns companheiros e companheiras. Já nem preciso de ir atrás da fama. Desejo as mulheres belas que se insinuam. A mente expande-se, ilumina-se. Fui leão. Sou criança. Experimento-me. Ainda provoco. Tenho um percurso que vai dar sempre a Nietzsche. A vida não pode ser um castigo nem uma prisão. A vida não pode ter patrões. A vida é uma viagem livre. Um crescimento, um movimento permanente. Nada pode ser imposto.
Sigo o caminho para a grandeza. Há dias tristes, dolorosos. Mas agora sei claramente quem sou. Sou um filho das estrelas. Um "caminheiro dos céus". Toda a gordura ficou para trás. Canto. Celebro o super-homem. Aquele que há-de vir. Oh, como me sinto leve, como me sinto solto. Tenho asas. Voo. Voo até ao infinito. Pai, mãe, obrigado por me terem trazido à Vida.
Sigo o caminho para a grandeza. Há dias tristes, dolorosos. Mas agora sei claramente quem sou. Sou um filho das estrelas. Um "caminheiro dos céus". Toda a gordura ficou para trás. Canto. Celebro o super-homem. Aquele que há-de vir. Oh, como me sinto leve, como me sinto solto. Tenho asas. Voo. Voo até ao infinito. Pai, mãe, obrigado por me terem trazido à Vida.
quinta-feira, 16 de junho de 2016
NÃO ACEITEMOS MAIS A ESCRAVATURA
O presidente francês, François Hollande, ameaça proibir as manifestações em França devido às legítimas manifestações contra o novo Código do Trabalho. O direito à manifestação é um direito constitucional em França e um direito universal. François Hollande, no fundo, quer reforçar a tendência para o controlo e para a repressão já vigente nas sociedades capitalistas, onde o indivíduo se sente cada vez mais doente e só. Todas as manifestações e actos de protesto violentos são legítimos contra a violência de um poder podre que quer destruir o Homem, que quer impedi-lo de crescer. Não aceitemos mais a escravatura.
domingo, 12 de junho de 2016
LOUCO
Louco. Sou o mais louco. Se soubésseis. Sou como Mário de Sá-Carneiro ou Salvador Dali. Visto esta pele de senhor respeitável. 48 anos. Mas, na verdade, apetece-me desatar aos berros, aos poemas doidos. Não tenho limites. Olhai, até já fui candidato a Presidente, a deputado, a presidente de Câmara. Contudo, não suporto esta realidade. Apetece-me pintá-la de amarelo. Que surjam unicórnios e duendes! Que tudo se vire do avesso! Olhai, oxalá andasse sempre bêbado, a cantar na rua, a insultar Deus e os poderes. Olhai, sou mesmo louco. Faço piruetas, equilibrismo. Os normais aborrecem-me de morte. Sou louco, sou o mais louco de todos.
quarta-feira, 8 de junho de 2016
A POLÍCIA DO PENSAMENTO
"No passado nenhum governo tinha podido manter os cidadãos debaixo de constante vigilância. Agora a Polícia do Pensamento vigiava toda a gente de forma incessante".
(George Orwell, "1984")
(George Orwell, "1984")
terça-feira, 7 de junho de 2016
ANTES BEBER
Bolas. Que se lixe o dinheiro! O que importa é criar. Venha uma cerveja. Farto-me do tédio e dos normais. Afinal nasci diferente ou tornei-me diferente. Não me adaptei, só sou eficaz com a caneta. Detesto as conversas dos vendedores. Bebo porque gosto de beber, porque me sabe bem, porque me sinto melhor. Habituei-me desde os 18 anos quando comecei a ir aos bares e aos concertos em Braga. É absurdo a nossa inteligência e a nossa criatividade estarem dependentes do dinheiro. É absurda esta vida de castrados. Não, comecei a fazer asneiras, comecei a gozar com esta merda. Abandonei as leis da economia, da poupança, do sacrifício. Tinha as minhas fobias mas também a minha ousadia. Ganho asas. Estou na estrada do excesso. Antes andar embriagado do que suportar esta prisão. Lá vão os carneiros. Obedecem. Aceitam o instituído. Sempre ordenadinhos. Porra! Não se vê uma explosão! Está tudo morto. Bem sei que há pessoas que não estão. Pessoas conscientes. Mas somos uma minoria. De resto, é o Euro e a vidinha. Que se foda o Ronaldo! Tenho visto velhos amigos, homens brilhantes, a morrer. Qualquer dia vou eu. Por isso é indiferente se gasto mais um ou dois. De facto, as pessoas fecham-se nos seus grupos, nas suas famílias. De resto, estamos cada vez mais sós. Mas que belo mundo deixámos construir. Um lugar de competição e de rapina. E depois, quem discute estas coisas? Doem, não doem? Queimam? Não, parece que está tudo bem, que nada se passa. Compra e vende. Vende e compra. Barca de tolos. Talvez eu devesse ter nascido noutra época, noutro século, não sei, mas o que vejo é absolutamente hediondo. E prossegue a louca correria. Esta gente mata-se por uns trocos. Não filosofa com Sócrates, Platão ou Nietzsche. A grande maioria desta gente não se apercebe do absurdo vivo ou então até se apercebe e deixa andar. Esta gente não tem coluna vertebral. Antes beber, de facto. Antes insultar os poderes na cara deles. Antes ser louco, antes ser deus. Aliás, porque raio há-de existir um deus superior a nós? Metem-nos a culpa, o pecado, o preconceito na cabeça. Filhos da puta. Estes gajos dão cabo de nós. E, afinal de contas, o que é que eu tenho a perder? Nada! Pelo contrário, tenho tudo a ganhar. Não será por acaso que venho de reis. Mas, sinceramente, não compreendo esta gente. Pronto, de vez quando há umas manifestações. Mas nada que se compare às manifestações violentas de França ou da Grécia. É tudo muito ordeiro, há muito respeitinho. Claro que há ocasiões em que o caos vem de fora, em que acredito que a coisa vai rebentar. Contudo, cá dentro é uma pasmaceira. Não nasce nada de novo. É só compra e venda e vendilhões e comerciantes.
domingo, 5 de junho de 2016
VALEU A PENA VIRMOS?
Esta gente não tem consciência. Bem sei que alguns se adaptaram perfeitamente ao sistema, falam impecavelmente, vendem o produto com simpatia. Provavelmente seguiram sempre em linha recta, nunca tiveram problemas de ordem psíquica. Os outros, mesmo os operários, integraram-se no capitalismo. Daí que eu já não acredite no carácter revolucionário da classe operária, contrariamente ao MRPP e ao PCP. Acredito numa certa pequena burguesia radical. Penso, todavia, que a grande maioria da população não tem consciência da dominação, do controlo e da alienação a que está sujeita. Nunca a manipulação e a lavagem ao cérebro foram tão longe como agora. O poder financeiro impõe a sua linguagem e controla tudo e todos. Tudo gira em torno do dinheiro. Os media e a publicidade vão-nos fazendo as cabeças. O imperialismo alemão e a Comissão Europeia ditam a sua lei. Que mundo de escravos. Onde está o homem livre? Onde está o homem que se levanta? Viveremos para sempre acorrentados e medicados? Viveremos para sempre doentes, sem vontade própria? Que mundo construímos? Não nascemos livres e sãos? Não nascemos para reinar sobre a terra? Não nascemos para o gozo e para a sabedoria? Porque viemos então? Valeu a pena virmos?
sábado, 4 de junho de 2016
A REPRESSÃO
A repressão é um fenómeno histórico e mental. Segundo Freud e Marcuse, desde a primeira e pré-histórica restauração da dominação, após a primeira rebelião, a repressão externa foi sempre apoiada pela repressão interna: é o próprio indivíduo escravizado que introverte os seus senhores e as suas ordens no seu próprio aparelho mental. Ou seja, são os próprios indivíduos que assimilam a dominação quer esta seja capitalista, quer seja outra. Daí se explica, em boa parte, a longevidade do capitalismo. Na sociedade mercantil predomina a luta primordial pela existência, uma arena onde os seres humanos se atropelam em busca do dinheiro, da posse, do poder. Essa luta conduz os homens para o domínio vazio do económico e afasta-os do princípio do prazer, levando-os a desviar as suas energias das actividades lúdicas e sexuais para o trabalho. Reinam, portanto, a repressão, o sacrifício e o aborrecimento por muito comunicativas que pareçam ser estas pessoas.
quarta-feira, 1 de junho de 2016
UM NOVO MUNDO E UM NOVO HOMEM!
"Desejo um novo Mundo e um novo Homem!", clama Teixeira de Pascoaes em "Regresso ao Paraíso". O Homem, ou alguns homens, vem dos céus e do infinito. O espírito humano é infinito. No entanto, na História da Humanidade na maior parte das vezes a pequenez tem levado a melhor. Os instintos da crueldade, da competição, da busca do lucro têm-se sobreposto. Os espíritos superiores que pregaram o amor, a liberdade ou a sabedoria como Jesus, Sócrates, Nietzsche, Marx, Bakunine são muitas vezes desprezados pelo sentimento utilitário dominante na sociedade mercantil. Nem os que dizem que seguem Jesus o seguem verdadeiramente. O que é certo é que desde cedo somos levados a apoucar as capacidades espirituais, criativas e cognitivas do ser humano, a desprezar o seu espírito libertário. Cedo nos convencem que não há alternativa à sociedade de compra e venda, cedo nos reduzem à impotência. Ora, poetas, escritores e pensadores como Rimbaud, William Blake, Walt Whitman, Jim Morrison, Antero de Quental, Teixeira de Pascoaes, Henry Miller, Dostoievsky, Aldous Huxley, George Orwell, Platão, Erich Fromm, Marcuse, Guy Debord dizem-nos o contrário. O homem é o único deus, capaz de enormes prodígios. E se se unir a outros homens no amor pode mover montanhas. Porque, de facto, é preciso um novo mundo e um novo homem. Porque, de facto, estamos numa sociedade de canibais. Porque, de facto, temos de nos ir buscar a nós próprios, às profundezas de nós próprios.
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