terça-feira, 20 de junho de 2006

MANIFESTO DOS 38

MANIFESTO DOS 38 OU DO ESPÍRITO LIVRE

António Pedro Ribeiro(1)

"A troca emporcalha todas as relações humanas, todos os sentimentos, todos os pensamentos", escreveu o situacionista Raoul Vaneigem ("A Arte de Viver para a Geração Nova"). "Há duas espécies de liberdade: a que é medida pela sociedade e a outra, a que existe ou não existe, mas que temos de assimilar à Felicidade. Não nos é servida de bandeja: «Meu caro senhor, aqui tem a liberdade, aqui tem a felicidade!", disse o poeta e cantor anarquista Léo Ferré.
É, de facto, aqui que reside a escolha individual fundamental. Entre a liberdade e a troca, entre a liberdade e o mercado. A "liberdade" e a "felicidade" que existem na sociedade capitalista quase se resumem a relações de compra e venda. O trabalho é essencialmente tédio e rotina, o desemprego um estigma,e o lazer(quando existe...), salvo algumas excepções, também é dominado pela lógica consumista e mercantilista. Tudo se compra, tudo se vende, no altar sacrossanto do mercado, onde todos somos reduzidos à condição de mercadorias. Alguns partidos supostamente de extrema-esquerda ou de esquerda radical, como o Bloco de Esquerda em Portugal, adoptam a linguagem capitalista, adaptam-se às instituições da democracia burguesa, aceitam gerir o capitalismo à imagem e semelhança do PS ou dos trabalhistas de Blair.
A ruptura com este estado de coisas passa pela revolta indiviual, pelo espírito livre de que falam Nietzsche e Max Stirner. "Não há mais nenhum outro juíz de mim mesmo, senão eu próprio, o único a decidir se tenho ou não razão. Tens o direito de ser aquilo que podes (e queres) ser. O que tu realizas, realiza-o como individuo único. O Estado, a sociedade e a Humanidade não podem domar esse diabo", escreveu Stirner. E é da junção desse "diabo", desse espírito livre, desse espírito dionisíaco, desse "bailarino" de Nietzsche, da poesia maldita de Rimbaud, de Lautréamont, de Sade, com a tomada de consciência colectiva nos cafés, nas empresas, nas ruas que nasce a chama revolucionária.
A revolução de que falam os surrealistas, os situacionistas e os zapatistas só é possível se nos revoltarmos contra a lógica opressora da troca, do mercado, do capital. Só será possível quando dentro da nossa cabeça matarmos os valores do mercado, do dinheiro, da eficácia, da competição, do lucro. "A revolta interior conduz à liberdade exterior", disse um dia o poeta Jim Morrison. A revolta interior conjugada com actos criativos provocatórios, com o terrorismo poético é o caminho que conduz à demolição de todos os poderes.

(1)- Poeta e cantor.

sexta-feira, 16 de junho de 2006

jornal digital

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Sexta Feira, 16.06.2006
Cultura
Livro apresentado em Braga
Poeta Pedro Ribeiro faz «Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro»
2006-06-11 10:32:34
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Braga - O politicamente incorrecto poeta portuense António Pedro Ribeiro veio a Braga, quinta-feira, apresentar a sua «Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro e Outras Pérolas - Manifestos do Partido Surrealista Situacionista Libertário», obra surrealista e directa que não poupa nas palavras fortes para fazer uso da liberdade de expressão.
«Ele tem um modo de estar arrogante, intolerante e mecânico, um modo de falar robótico, tecnológico», diz Pedro Ribeiro sobre José Sócrates, actual chefe do Governo português, a quem dedica o poema que dá nome ao seu mais recente livro. Mas além do primeiro-ministro, que o autor, rebelde assumido, pretende ver «num filme porno», há outros visados. «Este livro não é apenas uma dedicatória a José Sócrates, é um livro assumidamente anarquista, guevarista. Todos os poderes estão em causa, não é só o primeiro-ministro», explicou o próprio ao Jornal Digital aquando do lançamento na Livraria Centésima Página, em Braga, cidade onde viveu muitos anos.«Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro», título cuja escolha «não foi inocente», reconhece o autor, é também um manifesto contra o que se passa actualmente nos partidos políticos em Portugal. Os três primeiros textos são dedicados à Póvoa de Varzim, Porto e Vila do Conde «e respectivos presidentes de Câmara», refere o poeta. Com a primeira autarquia diz ter «uma especial relação de amor. Mais até do que com Sócrates». E nem a Igreja nem os jornalistas escapam à visceral «paixão» de Pedro Ribeiro.A obra, editada no início do ano pela objecto cardíaco, do escritor valter hugo mãe, que esteve presente na apresentação, é «muito influenciada» por leituras que o autor fez no Verão passado. Admirador dos situacionistas e dos surrealistas, o poeta utiliza algumas técnicas que estes usaram, nomeadamente a colagem. Em muitos dos seus textos mistura, por exemplo, excertos de notícias de jornais com frases suas ou de outros autores.Fundador da revista «aguasfurtadas», A. Pedro Ribeiro, que nasceu no Porto no famoso ano de 1968, publicou já outros livros e manifestos. «Eu também escrevo poemas de amor melancólicos», lembra o escritor que é também autor do blog «trip na arcada» e membro da banda Las Tequillas. Alguém que acredita «que a criatividade é o último reduto da rebelião».Madalena Sampaio

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Sexta Feira, 16.06.2006
Cultura
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Poeta Pedro Ribeiro faz «Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro»
2006-06-11 10:32:34
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Concerto no Pinguim

As bandas Las Tequillas e Mana Calórica dão um concerto/performance amanhã, sábado, dia 17, pelas 23,30 horas, no Pinguim Café, no Porto.

terça-feira, 13 de junho de 2006

SAIR À RUA

É tempo de sair à rua por causa do mundo cão, por causa da vida sem sentido, por causa de nós.
É tempo de resistir em todas as frentes.

FRENTE GUEVARISTA LIBERTÁRIA

LÉO FERRÉ

O artista aprende a sua profissão no Inferno.

Macedo e Diamantino Rua!

Abaixo o nepotismo na Câmara da Póvoa de Varzim. Macedo Vieira e Diamantino para a rua!

Frente Guevarista Libertária.

quinta-feira, 8 de junho de 2006

LAS TEQUILLAS EM CONCERTO

A banda Las Tequillas, constituída por António Pedro Ribeiro (voz e poesia) e Henrique Monteiro (guitarra) dá um concerto/performance no Top Bar, em Vila do Conde (frente à feira, EN) no próximo sábado, dia 10, pelas 22,30 horas. "Boazona", "Anjo em Chamas", "Imagem", "Bailado" e "Crawling King Snake" (The Doors) são alguns dos temas a interpretar. Apareçam!

Mário Cesariny

O Homem só será livre quando tiver destruído toda e qualquer espécie de ditadura religioso-política ou político-religiosa e quando for capaz de existir sem limites . Então o Homem será o Poeta e a poesia será o Amor Explosivo. Para a Pátria, a Igreja e o Estado a nossa última palavra será sempre: MERDA.