quarta-feira, 28 de agosto de 2013

ESTE OFÍCIO DE ESCREVER

Este ofício de escrever. Dá gozo mas é um trabalho como os outros. Não tenho horários fixos, é certo. Nem sequer escrevo romances, histórias. É apenas isto. A tinta preta na folha. O que tenho à minha frente e o que me sai da cabeça. Não tenho aquela disciplina. Nem ando sempre a fazer correcções. Houve quem me acusasse de ter o tempo todo para escrever e supostamente por isso, e somente por isso, escrever melhor. Houve quem me quisesse deitar abaixo mas a Gotucha não deixou. Eu sei que, mais tarde ou mais cedo, vou ser realmente reconhecido. Porque sou um marginal, um maldito, mesmo que tenha coisas que nada têm de marginal. Mas, enfim, fica a fama. Posso perfeitamente chegar a um desses programas imbecis e partir a loiça toda. Posso perfeitamente estoirar.

sábado, 24 de agosto de 2013

BRASILEIRA

Uma cervejinha sabe bem aqui n' "A Brasileira" onde as burguesas falam. Sou realmente o poeta d' "A Brasileira". Não vejo mais nenhum. Sou o único que vem para aqui escrever. Se calhar já merecia uma estátua. Bem, o que é facto é que sou um poeta n' "A Brasileira". Escrevo para o mundo, para o que der e vier. Vejo as pessoas a passar na rua de São Marcos. Observo.

domingo, 18 de agosto de 2013

O GRITO PRIMITIVO

É claro que há gente amável. Contudo, como dizem os filósofos, este mundo não presta. O capitalismo pôs-nos a competir uns com os outros. Está tudo nas mãos dos especuladores, dos usurários, dos agiotas. Um mundo com o amor controlado, com a liberdade controlada, quase sem poesia. É também um mundo onde não se questiona a própria existência, onde não se questiona o que se está a fazer aqui. É claro que há gente amável, que nos ouve, que nos respeita, gente que até se aproxima das nossas ideias. No entanto, a máquina é implacável, torna o homem detestável, um predador, um competidor, cheio de medo do seu semelhante e da própria máquina. Não, não me canso de dizer. Esta vida não serve. Destrói-nos, diminui-nos, faz de nós escravos e macacos. Urge ir atrás da liberdade, do grito primitivo.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

ATRAVESSA A NADO PARA O OUTRO LADO.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

INSPIRAÇÃO

E, de repente, volta aquilo a que chamam a inspiração. De repente, as palavras vêm fáceis. E até aprecio o sorriso burguês da patroa. As mulheres enlouquecem com os bebés. Beijam-os, fazem-lhes festas. Outros vêm aos bolos e ao pão. Como se a vida fosse bela. Mas não é. Estas pessoas vão ganhando a vida, distraem-se com os bebés, com as revistas e com a televisão. Eu não me contento com isso. Eu quero chegar lá, à glória, à revolução. Não ganho a vida nem me esforço por isso. Não faço negócios. Eu quero dizer o que penso na televisão. Já lá estive. Quero voltar. No fundo, quero ser um filósofo. Já sou o poeta maldito, marginal, underground. Já cheguei a muitos lugares. Vivi noites e noites, no Porto, em Braga, na Póvoa, em Vila do Conde. Vivi copos e copos, aventuras, putas, diversões. Estive no bar até ser dia, tive conversas filosóficas, tripei, tive alucinações. Estive onde muita gente nunca esteve, sou diferente. Estou pronto para dar o próximo passo.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

É necessária uma revolução porque o capitalismo não presta. A imbecilização, a publicidade, o "Big Brother" que tudo comanda fazem do homem um escravo, um ser desprovido de humanidade. Os banqueiros, os mercados e os governos ao seu serviço estão a destruir o homem de tal modo que este raramente se questiona, raramente sabe o que está a fazer na Terra. Daí que seja necessária uma tomada de consciência desde a juventude, desde a adolescência. Urge um forte abalo nas mentes, nos espíritos para que, de uma vez por todas, se comece a vencer o capitalismo e a ditadura da economia. A revolução começa nas nossas cabeças, nos nossos corações. Daí partirá para a rua. Não basta combater este ou aquele governo, é necessário combater o capitalismo dos mercados na sua essência, é necessário ir à essência do homem, promover ao máximo o livre desenvolvimento das suas potencialidades, questionar o dinheiro e o lucro. O homem livre, o homem plenamente desenvolvido, derrotará o capitalismo.